Já era! O Rio Branco ficou pelo caminho. Não deu conta de eliminar o ASA. Depois de dois zero a zero, o caldo entornou e a vaca foi pro brejo. Foram 180 minutos sem gols. São duas as hipóteses: ou os ataques desses dois times são incompetentes, ou as defesas de ambos são duas muralhas!
Diante desse dilema transcendental, eu lembro daquele copo cujo conteúdo estava pela metade. Para uns, ele estava meio cheio. Para outros, o copo estava meio vazio. Se a situação for vista pelo lado do eliminado, o copo secou. Se o fato for visto pelo lado do classificado, o copo transbordou!
Lembrando da história entre Rio Branco e ASA, jamais houve um vencedor. São quatro jogos e o mesmo número de empates. Parece que nenhum vai conseguir vencer o outro até o final dos tempos (pelo menos dos tempos de jogo). Trezentos e sessenta minutos de jogo e necas de pitibiriba!
E no frigir dos ovos, pior para o time acreano. Os alagoanos empatam e dão sempre um passo à frente. Enquanto isso, o Estrelão trata de juntar os cacos para recomeçar. A história se repete. E eu que achava que não existia repetição da história, a não ser quando se tratava de farsas, me enganei.
Vai ver a história seja mesmo uma eterna farsa, onde uns pintam o rosto com tintas de palhaço e outros se danam a rir nas coxias. Nesse caso, quem representar melhor conquista as vitórias e os aplausos. Dizendo de outra forma: quem empatar melhor se classifica para os voos seguintes.
Esse ASA tem se tornado o azar do Rio Branco. Péssimo trocadilho, eu sei, mas não consegui resistir. Pena de morcego era o que usavam as bruxas Madame Mim e Maga Patalójika, nos desenhos Disney. No deserto do real, o que roçou a testa do Estrelão deve ter sido uma asa de urubu.
Só com reza brava o Rio Branco pode se livrar dessa sina de cruzar com o ASA e ser eliminado numa fase de mata-mata. Reza brava ou um “contra feitiço”. Alguma coisa que possa fazer uma poção mágica a partir de ingredientes como couro de surucucu, olho de sapo cururu e unha de tatu.
Quem era mestre nessas mandingas era um antigo roupeiro e zelador do Atlético Acreano, conhecido pelo nome de Velho Jaú. Mas ele já partiu desse mundo e não pode emprestar os seus serviços ao Estrelão. Dessa forma, o jeito é fazer os jogadores acreanos aprenderem logo a cobrar pênaltis.
Nesse jogo que tirou do Rio Branco o direito de sonhar com uma ascensão à Série C, aliás, nem um goleiro gigante conseguiu voar de encontro às bolas chutadas contra o seu gol ali da marca fatal. Voar é pra quem tem “asas”. Caso do time de Arapiraca. Asas de morcego ou de urubu, tanto faz!