Atlético-AC: da Copinha à, quem sabe, Série C

Vi parte desse elenco atual do Atlético-AC jogar na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2011. Cobri todos os jogos da equipe em São Carlos (SP). Estava lá o goleiro Franco, Fellype, Leandro.

Assisti os mesmos atletas e mais alguns outros atuarem no ano seguinte na mesma competição, cuja sede do Galo ficava, dessa vez, em São Bernardo do Campo, no Grande ABC.

Hoje, percebo que aqueles garotos faziam parte de um importante grupo em formação no futebol acreano, que agora pode levar o Estado de volta à Série C.

Tenho críticas severas à Copinha pela abordagem acintosa que empresários e agentes fazem durante o torneio aos jogadores participantes – embora a partir disso é que o goleiro Weverton foi parar na seleção brasileira, já que ele foi descoberto pelo Corinthians atuando nessa competição.

A propósito, tive a oportunidade de entrevistar Weverton na sua passagem pela Portuguesa por duas vezes, e hoje ele deve estar feliz por um possível avanço do Atlético-AC para a Terceirona. O goleiro não esconde o carinho pela sua terra natal e a necessidade dela ocupar um papel relevante no esporte mais popular do País.

O assédio na Copinha a jogadores também foi criticado pelo Álvaro Miguéis em um dos bate-papos que tive com ele em 2011. O técnico me chamou a atenção por ter dito que chegava a assistir 23 horas de futebol em um final de semana.

Fiquei com aquilo na cabeça e no ano seguinte, na única vez que o encontrei, tratei de perguntar como fazia para acompanhar tantas horas de futebol. Ele me falou que gravava os jogos para possibilitar o acompanhamento de todos eles ao longo do final de semana.

Sem papas na língua, Álvaro já dizia naquela época que o futebol europeu tinha ultrapassado o futebol brasileiro em técnica. Porém, elogiava a equipe do Atlético-AC treinada por ele, embora fizesse críticas à falta de preparo físico, uma deficiência não somente do Acre, mas de todas as regiões fora do Sul-Sudeste.

Enfim, o que se tira disso é a importância do conjunto, da base, de competir fora desde cedo, de ser crítico e buscar caminhos de aperfeiçoamento. O Galo acreano tem muito disso. E pode fazer bonito por reunir em casa um grupo sólido e competitivo.

Vai para Série C com mérito e exemplo a ser seguido. Oxalá que assim seja.