Baixinhos

Segunda-feira passada, 26 de abril, comemorou-se aqui na terra brasilis o Dia do Goleiro. Vi que muita gente fez alusão à data publicando fotografias de jogadores da posição nas redes sociais. E o meu editor, Manoel Façanha, até resgatou uma crônica minha sobre o tema, escrita em 2010.

Uma coisa, porém, chamou a minha atenção: não lembro de ter visto nas publicações o motivo pelo qual a comemoração caiu justamente em 26 de abril. E então trato de preencher esta lacuna, dizendo que a data foi escolhida em homenagem ao goleiro Manga, cujo aniversário se dá neste dia.

Manga, nascido em Recife, em 1937, e cujo nome de batismo é Hailton Correa de Arruda, de acordo com a crítica especializada está entre os cinco maiores goleiros do futebol brasileiro, chegando a vestir a camisa da seleção, entre os anos de 1965 e 1967, participando inclusive da Copa da Inglaterra.

E além da seleção, o cidadão Hailton Manga defendeu clubes de três países, numa carreira longeva, que se estendeu entre os anos de 1955 e 1982. A saber: Brasil (Sport-PE, Botafogo-RJ, Internacional-RS, Operário-MS, Coritiba-PR e Grêmio-RS), Uruguai (Nacional) e Equador (Barcelona).

Mas esse preâmbulo todo falando sobre o Dia do Goleiro, bem como sobre a figura do “Manguinha”, como os parceiros dele o chamavam, foi só para fazer um aquecimento do assunto dessa crônica de hoje, que é justamente a lembrança de goleiros baixinhos da história do futebol acreano.

Como se sabe, a primeira característica que se exige de um candidato a goleiro é que ele tenha uma estatura avantajada. Uma exigência mais do que pertinente, levando em conta que um sujeito alto, teoricamente, pode alcançar as bolas chutadas na direção dos ângulos superiores das suas traves.

No futebol acreano, entretanto, teve uma série de ótimos goleiros baixinhos que, contrariando toda a lógica da posição, pareciam muralhas de tanto que fechavam o gol. Todos eles, pelo que eu me lembro, compensavam a suposta deficiência na estatura com um senso de colocação incomum.

Cito aqui cinco desses goleiros baixinhos que me vem à memória enquanto escrevo: Aníbal Tinoco (seleção acreana, Independência e Juventus), Espanhol (Rio Branco), Pituba (Andirá), Almiro (São Francisco e Amapá) e Ilzomar (Independência, Atlético, Rio Branco e Juventus).

Esses caras todos citados, que eu tive o prazer de ver jogar no palco do velho Stadium José de Melo, além do senso de colocação mencionado anteriormente, pareciam felinos, tanto que saltavam para evitar que a bola cruzasse a linha fatal das suas respectivas “balizas”. Minhas homenagens!