Há algum tempo que o grupo de comunicação norte-americano Turner vem mexendo com o futebol brasileiro. Depois que comprou o Esporte Interativo, passou a transmitir o mais importante campeonato entre clubes da Europa.
Não tardou, colocou o futebol na programação de mais dois canais de entretenimento que detém na televisão fechada, ampliando o acesso de telespectadores às suas transmissões.
Na sequência, passou a negociar com vários clubes direitos de transmissão no canal fechado do Campeonato Brasileiro. Já se acertou com um punhado deles.
Segundo fontes, desde o ano passado o grupo norte-americano vem negociando a compra de 30% (o máximo que a lei permite) da Band. Deve aproveitar o seu canal aberto de televisão para dar suporte às operações de TV fechada – principalmente com esporte.
Não faz sentido gastar milhões com direitos de transmissão de competição na Europa e com clubes no Brasil, e manter isso enclausurado na TV fechada, ainda que o segmento (canal fechado) tenha potencial de expansão e seja o futuro da TV.
No Brasil, a TV aberta ainda tem grande influência na vida das pessoas. Assim, a compra da Band pela Turner cria escada para promoção de seus negócios esportivos no País afora – fontes afirmam também que a Turner pretende investir em entretenimento, outro negócio importante do grupo lá nos Estados Unidos, caso adquira parte da empresa controlada pela família Saad.
Com tudo isso, causa curiosidade como as negociações ocorrem. Os grupos brasileiros de comunicação estão passando por um momento complicado. Parte pela crise econômica, mas muito pelo modelo de negócio que está mudando no setor (aqui e no mundo), com a transição de todos os meios para a internet, quebrando paradigmas diversos e de forma ainda não conclusiva do que será.
Assim, como a Turner vê isso? E o retorno do investimento? Vale a pena? Grupos brasileiros estão com endividamento muito grande. Dólar baixo em relação ao real favorece a compra de ativos no País, mas e o futuro incerto do meio?
De qualquer forma, a entrada da Turner no mercado de futebol brasileiro foi o fato mais positivo que ocorreu nos últimos tempos, em meio à crise que vive o esporte no País. Estabeleceu um novo parâmetro de negociação, com uma visão mais benéfica para toda cadeia envolvida na prática. Além disso, quebrou o monopólio, uma questão que já irritava a todos faz tempo.