As equipes do Bangu, na categoria sub-17, e do Figueirense, na categoria sub-15, foram as grandes vencedoras do 4º Campeonato Intermunicipal de Senador Guiomard, competição organizada pelo desportista Darcy Silva. Ambos os torneios, iniciados em julho, foram disputados por seis equipes, oriundas de várias cidades do Estado.
O Bangu, cujo presidente é o próprio Darcy Silva, e sob o comando técnico do professor Geildo, ficou com o troféu depois de bater na finalíssima a equipe do Vila Acre. O escore elástico de 4 a 0, com gols marcados pelo lateral esquerdo Wendersson (3) e pelo armador Diego, demonstrou a nítida superioridade do time de Senador Guiomard.
Na decisão do sub-15, a sorte sorriu para o Figueirense, de Acrelândia, comandado pelo professor Figueiredo. O time anfitrião mandou no jogo, carimbando a trave dos visitantes em pelo menos três oportunidades. A pressão, porém, não surtiu efeito e o zero a zero do tempo normal levou o jogo para os pênaltis. Vitória do Figueirense por 4 a 3.
Além de Bangu, Vila Acre e Figueirense, disputaram o 4º Campeonato Intermunicipal de Senador Guiomard, categorias sub-17 e sub-15, as seguintes equipes: IBF, Escolinha do Paulão e Real Norte. “Nós realizamos com sucesso mais uma edição da nossa festa. E no ano que vem, se Deus quiser, estaremos aqui novamente”, disse o patrono Darcy Silva.
Vinte anos promovendo o futebol no interior
Embora o Campeonato Intermunicipal de Senador Guiomard esteja apenas na 4ª edição, o envolvimento do desportista Darcy Silva com o desporto do município vem de muito mais longe. É que antes de se aventurar como dirigente e patrocinador, ele atuou como atacante em duas equipes: Quinari e Bangu. Isso nos primeiros anos da década de 1970.
Depois, de 1979 a 1982, na gestão do presidente Chico Paula, ele assumiu o cargo de diretor de futebol do Bangu. Alguns problemas na condução do clube, entretanto, o fizeram se desligar temporariamente das referidas atividades. “Eu tive um desentendimento, no que diz respeito à organização de um torneio, e resolvi, então, ir pra casa”, disse Darcy.
Mas não foi uma despedida definitiva. Doze anos depois, em 1994, Darcy foi convidado para voltar à direção do time alvirrubro. De lá pra cá, incorporou o Bangu como parte da sua vida e acrescentou várias outras modalidades à história do clube. “Nós disputamos também campeonatos de futebol de salão, handebol feminino e basquete masculino”, explicou ele.
O resultado de tanta atividade é um aposento, na parte da frente da casa dele (Darcy), repleto de troféus (68 ao todo), dos quais ele sabe cada história, contando com orgulho que “o Bangu, apesar de nem sempre vencer, não entra jamais em uma competição apenas para competir. Nós somos um clube vencedor e a prova está aqui nesta sala”, afirmou Darcy.
Trabalho em prol da sociedade
Para além do amor de Darcy Silva pelo Bangu, o mais importante destes seus anos de abnegação ao desporto talvez seja o trabalho com a juventude. Atualmente, Darcy mantém 450 garotos, na faixa etária de 7 a 19 anos, treinando na escolinha do clube. Três dias por semana os meninos se reúnem para jogar bola e obter noções de disciplina e cidadania.
Quase todas as despesas com a escolinha saem do bolso de Darcy Silva, que é dono de um pequeno hotel (Rondon), na entrada de Senador Guiomard. Os troféus das competições que encerraram no sábado passado (13), por exemplo, no valor de R$ 750,00, foi ele quem pagou. “Se não tem quem patrocine, eu mesmo vou lá na loja e compro”, garantiu Darcy.
Às vezes aparecem algumas ajudas pontuais e esporádicas. É o caso do Poder Judiciário do município que, reconhecendo os benefícios sociais do trabalho de Darcy Silva, nos últimos dois anos contribuiu com uma quantia de, mais ou menos, R$ 12.000. Fora isso, existem pessoas que contribuem mensalmente com quantias que variam de R$ 5,00 a R$ 50,00.
“Mas é bom salientar que eu tenho ajuda de muitos voluntários no que diz respeito, principalmente, ao treinamento dos meninos. É o caso dos professores Afonso, Estevão, Márcio, Terezinha, Castro, Geildo e Juarez. Sem eles seria impossível tocar o projeto. Junto com essa turma, nós vamos seguir em frente. No ano que vem tem mais”, concluiu Darcy Silva.
Celeiro de craques
Pelo menos a metade dos jogadores do elenco do Bangu sub-17 demonstram potencial para ascender a times da principal divisão do futebol acreano nos próximos três anos. O volante Natan, por exemplo, que joga de cabeça erguida e praticamente sem cometer faltas, foi eleito o melhor jogador do campeonato da categoria promovido pela Federação de Futebol.
Mas além de Natan, outras promessas encheram os olhos dos torcedores presentes ao estádio Nabor Júnior, na decisão de sábado. Casos dos armadores Diego e Guguinha, que tanto criam as melhores jogadas de ataque do time quanto chegam à frente para finalizar, do atacante Felipe, e do lateral Wendersson, que marcou três dos quatro gols da decisão.
E no passado, comprovando a tese de que o Bangu é mesmo um celeiro de craques, foram inúmeros os bons jogadores que passaram pelo clube. Darcy cita rapidamente, quase sem parar para pensar, três deles: “Vanílson, que jogou no Rio Branco e no Atlético; Ley, que já mostrou o seu futebol em vários estados brasileiros; Gessé, do gol de placa…”.
Uma lista que se prolonga depois de Darcy estimular a memória por alguns segundos. “Acrescente aí: Dário, que passou pelo Vasco, pelo Adesg e pelo Rio Branco; Estevão, que defendeu Adesg, Independência e Vasco; Biroca, que jogou pelo Adesg e pelo Independência; Faísca, goleiro e treinador do Vasco da Gama… Um monte, enfim, de ótimos jogadores”.
Francisco Dandão