Não vai ser fácil a vida do Atlético Acreano na série C. Times nordestinos de tradição no futebol brasileiro, acostumados à disputas do mais alto nível, figuram no grupo do Galo. Santa Cruz, Náutico, ambos de Pernambuco, ABC, do Rio Grande do Norte… Barra pesadíssima, eu diria.
A condição natural desses três clubes que eu citei no parágrafo anterior é a disputa de séries mais adiantadas. Estar na série C para todos eles é quase como chegar ao fundo do poço. Além da tradição e da história de cada um deles, é certo que os seus torcedores exigem muito mais do que esse patamar.
Dessa forma, certamente eles vão mover céus e terras para voltar à série B. Vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance, desde montar elencos qualificados até a eventuais guerras de bastidores, principalmente quando os jogos forem realizados nos seus domínios. Vão mover céus, terras e mares…
Isso tudo que eu disse até aqui não se configura em nenhuma novidade. No futebol, tudo que desce quer subir, o mais breve possível. São muito os interesses envolvidos. Inclusive, ou principalmente, no que diz respeito ao aspecto financeiro. Quanto mais baixa a série, menor o faturamento do clube.
A última participação do Acre na série C, não custa lembrar, foi um desastre. Essa última participação se deu com o Rio Branco, em 2013. O Estrelão perdeu dezoito dos vinte jogos que disputou. Montou um time caro, de boleiros em fim de carreira, e deu no que deu. Uma derrota atrás da outra.
Eu sei muito bem que agora a história é outra. Que agora não é o Rio Branco de 2013, mas sim o Atlético de 2018. Mas, se lembro o fato é para que o Galo tome todos os cuidados para que nem de longe aquele desempenho do Estrelão volte a se repetir. A história não pode ser uma farsa.
Os meninos do Galo brilharam durante duas temporadas na série D. Ao subir o time em 2017, superaram o trauma de perder a classificação no ano anterior e provaram que as suas boas atuações em 2016 não eram um fenômeno passageiro. Só que agora as dificuldades serão muito maiores.
Em 2018 os adversários não serão mais os times de semelhante ou inferior nível do interior do Pará, do Amapá, de Roraima, do Amazonas ou de Rondônia. Como se diz na gíria, agora o buraco e mais para baixo. Há que se ter um time forte e um contingente de respeito para a devida reposição.
A propósito, um dia desses, quando eu participei do programa “Bancada do Esporte”, na TV 5, em Rio Branco, ouvi do técnico Álvaro Miguéis, ao meu lado naquele momento, que o Galo jogaria para tentar subir para a série B. No meu entender, se ficar na C já estará de ótimo tamanho!