O glorioso Atlético Acreano, Galo azul do segundo distrito de Rio Branco, vai “muito bem, obrigado” na disputa da série C do campeonato brasileiro de 2018. Vai tão bem que lidera a chave A, depois de cinco rodadas, com quatro vitórias, sendo a última por avassaladora goleada.
A única derrota do Atlético até aqui foi numa situação, digamos, pouco convencional. Justamente contra o Santa Cruz, clube tradicionalíssimo do futebol brasileiro, acostumado a frequentar as altas rodas do esporte nacional. E num dia em que choveu tudo e mais um pouco em Recife.
Choveu tanto em Recife no dia em que o Atlético sofreu a sua única derrota na série C (até o momento em que escrevo este texto) que, dizem os olheiros, nem os tubarões da praia de Boa Viagem, apesar da abundância do seu elemento natural, ousaram arriscar a uma voltinha pelas imediações.
Provavelmente ninguém esperava que o Galo acreano iniciasse a competição com tamanha volúpia. Quer dizer, “ninguém” vírgula, que eu lembro de uma entrevista do técnico Álvaro Miguéis, em novembro do ano passado, onde ele dizia que a ideia era levar o Atlético à série B.
No dia dessa entrevista que eu citei no parágrafo anterior, dada ao Chico Pontes, no Programa Bancada do Esporte, da TV 5, eu estava ao lado do Álvaro. Naquele momento eu achei a pretensão do referido treinador um tanto exagerada. E achei que era uma declaração apenas motivacional.
Mas não era mesmo. O Álvaro, observador apurado do mundo do futebol e estudioso em tempo integral de estratégias e sistemas táticos, tinha a convicção de que os jogadores sob o seu comando possuíam absoluta condição de jogar de igual pra igual contra quaisquer adversários da série C.
Além do Álvaro, penso que apenas o Fernando Diógenes, o Euzébio, o doutor Adauto Frota e o velho Jaú, todos eles assistindo as partidas do Galo de um camarote privilegiado no paraíso celestial, acreditavam que o time seria a sensação da série C depois das primeiras rodadas da competição.
O Fernando Diógenes e o Euzébio, para quem não lembra, foram jogadores lendários do Atlético, nas décadas de 1960 e 1970. O doutor Adauto Frota foi o presidente que começou a trazer jogadores do Rio de Janeiro para vestir a camisa da equipe. E o velho Jaú foi tudo no clube.
É claro que o caminho para mudar de série é cheio de armadilhas. E a dureza desse caminho tende a se acentuar, na medida em que o campeonato vai avançando. O time líder passa a ficar na alça de mira de todos os demais. A esperança, porém, jamais pode sucumbir nas mãos de um lutador!