Solenidade de entrega de diplomas foi bastante prestigiada na manhã da quarta-feira (22) na Rádio Difusora. Foto/Divulgação

Blog entrega premiação do concurso “Comunicador Hors Concours do Rádio Acreano”

MANOEL FAÇANHA

O Blog Alma Acreana entregou na manhã ontem (22), na sala de memória da Rádio Difusora Acreana, à família de Natal de Brito, o diploma de vencedor do concurso “O comunicador Hors Concours do Rádio Acreano”. O filho do radialista, Sandro de Brito, marcou presença na cerimônia da premiação.

Natal de Brito foi escolhido entre uma banca de jurados como o mais completo profissional da história do rádio acreano, superando por um voto o cronista esportivo Campos Pereira, Jorge Cardoso e Jota Conde. José Valentim, Raimundo Nonato (Pepino), Nilda Dantas, Manoel Façanha, Raimundo Nonato Costa, Mauro D’Avila Modesto e Zezinho Melo fizeram parte da banca de júri.

Professor Isaac Melo durante cerimonial de diplomação ao júri e a família de Natal de Brito. Foto/Manoel Façanha

O concurso, ocorrido no mês de dezembro do ano passado, foi idealizado pelo radialista Gilberto Saavedra, com a participação promocional do blog “Alma Acreana” do professor Isaac Melo. De acordo com Saavedra, o concurso tinha como intuito resgatar um pouco da história dos grandes nomes do rádio acreano, tão esquecido e desconhecido da nova geração. Cada jurado recebeu um diploma, assim como os meios de comunicação que ajudaram na divulgação do evento, como foi o caso do Jornal Opinião.

O jornalista Sandro de Brito, filho de Natal Brito, comentou que o concurso não deixa de ser um resgate a cultural da história do rádio acreano. Foto/Manoel Façanha

Sandro de Brito, filho de Natal Brito, comentou que o concurso organizado pelo radialista Gilberto Saavedra e com o apoio do professor Isaac Melo, não deixa de ser um resgate à cultural da história do rádio acreano. Sandro elogiou ainda a qualidade dos jurados e o falou do orgulho de ser filho de um homem que fez do rádio sua história de vida.

Poeta falou da importância do rádio

O poeta Mauro D’Avila Modesto, ex-radialista da Rádio Difusora Acreana e um dos fundadores da Acea, fez parte do júri. Foto/Manoel Façanha

O poeta Mauro D’Avila Modesto, ex-radialista da Rádio Difusora Acreana e um dos jurados do concurso, enalteceu a iniciativa da escolha do melhor radialista acreano, assim como do legado e da importância do rádio para as comunidades ribeirinhas, principalmente nas décadas de 1950, 1960 e 1970. “O rádio nesta época era uma ferramenta importantíssima para a integração do nosso povo. Suas ondas cruzavam os rios e chegavam às nossas florestas mais longínquas para promover a integração”, comentou o poeta.

Modesto lembrou ainda que, na época de sua passagem pelo Rádio Difusora, era comum a chegada de cartas de várias partes do mundo à recepção da emissora. O poeta ainda definiu Natal de Brito, com o qual dividiu os microfones da emissora, como um homem culto e de voz magnífica.

Perfil do vencedor

Nascido na cidade de Brasiléia em 25 de dezembro de 1932, Natal de Brito era funcionário da União, mas nos meados da década de 1950 passou a trabalhar no rádio. A primeira experiência ocorreu no Departamento de Imprensa e Radiodifusão do ex-Território Federal do Acre, que tinha como diretor o jornalista Geraldo Freire Brasil.

Mais tarde, ele foi transferido para a Rádio Difusora Acreana, empresa que fazia parte do mesmo sistema, para exercer o cargo de Locutor. Rapidamente se destacou. Abraçou a nova carreira com dedicação, de corpo e alma, e alcançou o sucesso.

O talento e o esforço o impulsionaram para o cargo de diretor da Difusora Acreana pela primeira vez, em meados de 1958, e nos primeiros anos da gestão do então Governador Jorge Kalume, em 1967, assume o comando da emissora pública pela segunda vez. Neste período ele cria e apresenta o “Grande Jornal Falado da Noite” e, não contente, coloca em prática dois programas de palco no auditório da Difusora Acreana. Um deles destinado a crianças, envolvendo inúmeras brincadeiras. Também na segunda passagem pela emissora estatal ele criou um programa com os valores da terra. O programa ocorria aos domingos à noite no auditório da emissora. A ideia, à época, foi um grande sucesso, revelando e lançando talentos musicais da terra aos ouvintes da ZYD 9.

Natal de Brito faleceu dia 21 de agosto de 1994, deixando seis filhos e a esposa. Arquivo/Memorial da Rádio Difusora Acreana.

Entre as qualidades de Natal de Brito estava a bela e inconfundível voz (um timbre grave, um vozeirão). A história conta que, além de carismático, ele era imbatível como locutor de transmissões oficiais. “O Natal de Brito era carismático, ele conseguia transformar o ambiente de trabalho de todos na continuação do lar familiar, através da amizade, à união da equipe”, comenta Gilberto Saavedra.

Além dessas qualidades, Natal de Brito foi responsável pela “formação” de dezenas de discípulos. O profissional com sua experiência de anos, associado a um excelente perfil do profissional do rádio, não media esforços para ajudar todos os que estavam interessados em seguir na função de locutor, explica Saavedra.

Ainda sob o seu comando e nas gestões de Eurico Filho, José Lopes e Campos Pereira, ainda muito jovens, ingressam no quadro de locutores da Difusora Acreana.

Quem eram os candidatos

Campos Pereira, ainda muito jovem, ingressava no quadro de locutores da Difusora Acreana. Foto/Acervo Manoel Façanha

Índio do Brasil, Garibaldi Brasil, Alfredo Mubárac, Sergio Brasil, Natal de Brito, Maria Júlia Soares, Diomedes Andrade, Mota de Oliveira, Cícero Moreira, Orsetti Gomes do Vale, Vilma Nolasco, Anselmo Sobrinho, Campos Pereira, Jose Lopes, Estevão Bimbi, J. Conde, João Lopes, Etevaldo Gouveia, José Xavante, Paulo Farias, Marte Rocha etc.

FRASE

“Na minha avaliação, o Natal de Brito foi o que mais se destacou como comunicador. O mesmo foi locutor oficial do governo, noticiarista e idealizador de programas musicais de auditório”.

Zezinho Melo, justificando o voto para Natal de Brito.