Quem passou a semana passada assistindo os principais programas de debate de futebol na televisão, ouviu inúmeras vezes dos comentaristas que o Grêmio chegaria à final da Copa Libertadores da América sem grandes problemas.
Afinal, o time havia batido o River Plate por 1 a 0 fora de casa – e o jogo de volta, em Porto Alegre (RS), sem tanta pressão, exigiria a confirmação da classificação. Porém, talvez esses mesmos comentaristas tenham esquecido – mais uma vez – que já não somos tão eficientes assim em campo, a ponto de cantar vitória com certa margem de certeza – apesar da vantagem de um gol fora conquistada pela equipe gaúcha da primeira para a segunda partida.
No fim, o Grêmio perdeu em casa, por 2 a 1 para os argentinos – e foi desclassificado na semifinal da Libertadores. O jogo ainda está sendo questionado pelos gremistas por conta do não uso do VAR – Video Assistant Referee – no primeiro gol do River Plate e a presença do técnico do time argentino, Marcelo Gallardo, no vestiário da equipe durante o intervalo, quando o mesmo cumpria suspensão – ele havia sido suspenso na segunda-feira, sem no entanto o Tribunal especificar o motivo, o que já é também um erro; especula-se dois motivos dessa suspensão: reincidência de sua equipe de entrar em campo e discussão com o árbitro no jogo de ida contra o Grêmio.
O julgamento desses dois casos ocorridos na última partida de ambos clubes, impetrado pelo Grêmio, será nesse sábado pela Conmebol, mas sabe-se que em competições sul-americanos todos esses problemas citados nesse texto (desde a primeira partida com o técnico do River Plate) são corriqueiros e sempre nos leva a uma enorme dúvida se, de fato, um dia haverá solução.
Quando não existia VAR, ressalta-se, as contradições do árbitro em campo eram ainda maiores e pela minha contabilidade do que vi de partidas na Libertadores, sempre foram menos a favor do Brasil e mais de times de fora.
Na outra partida da semifinal da Libertadores, caiu o Palmeiras, ocorrendo de fato o que se previa, depois de perder por 2 a 0 do Boca Junior fora de casa e conseguir apenas um empate de 2 a 2 na partida de volta na capital paulista.
O fato é que o Brasil sempre foi menor nessas brigas com regras a serem cumpridas na Libertadores. Mas conseguia ser mais competitivo em campo.
Hoje, mudou. É bom pôr as barbas de molho toda vez que a nossa eficiência no futebol for colocada à prova.