Os dois amistosos de sucesso antes da Copa realizados pela seleção tiveram dedo forte de Tite. Este último contra a Áustria pesou também a qualidade técnica associada à competência e eficiência tática do técnico, que conseguiu dar cara à equipe dias antes da primeira partida do Mundial.
Pós-jogo desde domingo, o ufanismo reapareceu com tudo. Calma, tanto a Croácia como a Áustria não foram grandes adversários – pelo menos contra o Brasil. Porém, mostrou um time capaz de sacudir o torcedor brasileiro desanimado em ir para frente da TV e gritar pela seleção – menos pelo conjunto do futebol em campo e mais pela conjuntura que se instalou no País.
O meia Philippe Coutinho, que deveria ter sido convocado para o último Mundial, mostra agora o que é capaz de fazer pela seleção brasileira. Cada vez mais decisivo, Tite bancou o atleta e fez ele passar a dar resultado ao Brasil.
Neymar e Gabriel Jesus fizeram o que se esperava deles: trazer alegria para um time brasileiro disciplinado. Aliás, os dois parecem livres para fazer isso. Com mais Willian, o ataque mostrou estar bem afinado para o Mundial.
O curioso é que o forte de Tite nunca foi armar ataque – os avanços seguidos de gol é uma consequência do que acontece de positivo na defesa e no meio repetidas vezes. Soma-se a isso que um dos grandes problemas da seleção nas últimas Copas foi montar uma defesa consistente.
O lema de Tite sempre foi defender bem para tomar as ações da partida. Essa formação que jogou com a Áustria parece a ideal dentro do esquema do técnico: Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo. São todos muito bons.
Mas por certo Tite não titubeará em mudar o time, caso necessário, ao longo do torneio. Ele parece ciente que a Copa é outra história e precisa apagar traumas recentes no torneio por dificuldade em mexer na equipe e, principalmente, fazer o psicológico dos jogadores trabalharem com a determinação executada nesses dois últimos amistosos. Time o Brasil tem, como se constatou.