Campeonato Carioca é uma esculhambação

A esculhambação no Campeonato Carioca impera. Primeiro, torcida única na final do primeiro turno ou Taça Guanabara entre Flamengo e Fluminense. Depois, decidiu-se realizar o jogo sem torcida. Por fim, com as duas torcidas.

Mas tudo pode mudar, de uma hora para outro. É de uma incerteza suprema.

Vale destacar que a questão inicial de impor torcida única é uma visão simplória do problema. Hoje, já não há mais quase brigas dentro das arenas, por conta de controle maior, a tecnologia e uma melhoria do conforto ao público nos estádios.

A grande demanda é por segurança no entorno e no caminho do torcedor aos estádios. E isso é uma medida muito mais complexa, envolve mudanças na segurança pública da cidade e ações práticas contra a violência urbana. Portanto, a adoção de torcida única não ameniza a violência nem evita que torcedores adversários criem problemas pelas ruas.

A proposta sem torcida é também sem pé nem cabeça. Seria ridícula a transmissão da partida final sem público. Imagina a conquista do título de um ou de outro sem a presença de seus torcedores – emoção zero.

No sábado de carnaval já se deparou com uma semifinal sendo realizada em Volta Redonda, com público abaixo do que poderia ser entre dois clubes com mais torcida no Estado. Nada contra a Cidade do Aço, que inicialmente nem quis receber a partida, mas o confronto era para ter sido disputado numa arena à altura.

O estádio de Volta Redonda é ótimo, mas para um jogo entre um clube grande e um pequeno ou de fora do Estado, e não para a realização de clássicos regionais, principalmente decisivo.

Antes mesmo dessa partida entre Flamengo e Vasco, já se tinha visto de tudo em uma semana, com a indefinição de seu local de realização. Pensou-se em Brasília, na cidade do Rio de Janeiro, depois Juiz de Fora (MG) e acabou em Volta Redonda.

Imagina um jogador de futebol acompanhando isso. Ele quer mais é ser vendido para fora onde, por certo, a maioria dos campeonatos não passa por uma insegurança como essa tão aguda.

E o torcedor? O mais paciente até imaginou que a confusão da semifinal do Carioca tenha sido um caso isolado. Mas ele depois viu que um novo problema grave surgiu na final: se ele pode ou não acompanhá-la no estádio.

Ora, vão todos se danar.