Equipes desfalcadas, jogos de razoável para fraco, estádios sem público… Esses são os estaduais que recém-começaram. A narrativa não é nova. Se o objetivo é continuar com essas competições, é melhor seguir repensando-as.
Houve algum encurtamento do calendário dos principais torneios regionais do País, depois de reclamações de equipes tradicionais do futebol brasileiro, mas ainda é pouco. A prática mostra que a solução é limitada.
O Flamengo e Vasco do Carioca desse ano, o segundo clássico do torneio, teve ingressos a 15 reais a meia-entrada. Foi um valor acessível, por que a inteira mais barata acabou ficando a 30 reais. Mas o público pagante estacionou em cerca de 18 mil. Trata-se de um número baixo para uma entrada com preço mais em conta em todos os setores.
A questão da “promoção” levou até mais torcedores ao estádio do que se não tivessem feito isso, mas não foi suficiente, talvez por que muitos deles ainda desacreditem de seus times.
A partida foi fraca, embora o rubro-negro contasse com alguns titulares. Já o Vasco estava desfigurado.
O primeiro clássico do Carioca foi tão ruim nos números e em campo quanto a partida entre Flamengo e Vasco. Fluminense e Botafogo alcançou público pagante no mesmo Maracanã de pouco mais de 7 mil pessoas. A partida só conseguiu ter emoção no seu finalzinho. O jogo terminou também em 0 a 0.
O Clássico Vovô cobrou 20 reais a meia-entrada e 40 reais a inteira (os ingressos de preços menores), sendo um pouco mais do que foi cobrado no Clássico dos Milhões. Cita-se que Fluminense e Botafogo entraram em campo com equipes titulares.
O pior é que o campeonato já deu zebra. Flamengo e Botafogo jogam uma semifinal da Taça Guanabara. A outra é entre o Boa Vista e o Bangu, quando o esperado era um novo clássico entre os dois outros clubes principais do Rio – pelo menos o desejo maior de organizadores, patrocinadores e da televisão.
Para salvar o Carioca da tragédia nesse primeiro turno, espera-se que os grandes times na semifinal façam acontecer em campo aquilo que prometeram entregar aos seus torcedores. Além disso, tenham muito pé no chão na hora de cobrar ingressos – o que mais se precisa no futebol hoje é o povão por perto em meio à falta de craques e o desinteresse crescente pelo futebol brasileiro.