Como eu disse em um texto anterior, o show não pode parar. E assim, de acordo com esse princípio e seguindo o calendário proposto no começo do ano, a Federação de Futebol do Acre passa a realizar, a partir do dia 24, o campeonato sub 15 (no passado se chamava infantil) de 2016.
Os campeonatos dessa faixa etária têm como principal finalidade garimpar talentos emergentes. Ao fim e ao cabo o que se espera é que salte aos olhos algum menino bom de bola que, se não fosse a competição em tela, poderia sumir pelos raros campinhos de pelada dos vastos subúrbios.
Num futebol extremamente carente de recursos financeiros, a saída para manter algum nível técnico está justamente no sucesso dessa garimpagem. Enquanto houver um menino que faz da bola o seu brinquedo favorito, haverá a esperança de que dias melhores poderão surgir no futuro.
A história recente do futebol acreano tem provado que esse é um caminho interessante para descobrir esses pequenos craques e providenciar a respectiva reposição nos desfalques que se sucedem a cada temporada. Vide o último time do Atlético que quase levou o Acre à série C de 2017.
Vários dos jogadores do Galo acreano, que fez bonito na série D deste ano (para ser perfeito só faltou um detalhe na última partida, mas isso é outra história), foram descobertos ainda meninos nessa categoria sub 15, num trabalho de paciência e competência do bom técnico Álvaro Miguéis.
A lapidação dessa geração sob o comando do Álvaro Miguéis foi tão cuidadosa que os sub 15 de alguns anos atrás até já romperam as fronteiras do Estado e hoje defendem o amazonense nacional. Encerrada a participação do Atlético na série D, foram todos para a terra do jaraqui.
Se vão fazer o mesmo sucesso no Amazonas, ninguém pode garantir. Mas só o fato de chamarem a atenção de outro centro, isso já é um sinal de que a base acreana tem sido trabalhada com cuidado. O caminho é esse. Quem paga mais leva o bom jogador. Mas sempre é possível achar outros.
Uma coisa, porém, me causou certa estranheza e alguma preocupação neste campeonato sub 15 que ora está prestes a acontecer no Acre. Justamente a baixa participação de clubes. Apenas sete times, quando, num passado recente, até 15 equipes se inscreveram para a disputa.
Times tradicionais da categoria, como Extrema, Bangu, Escolinha do Paulão, Independência, Vasco e Recriança não se inscreveram. O que teria acontecido? Estariam envolvidos em outras disputas? Teriam perdido a disposição para a luta? Quedo-me sem respostas… E lamento as ausências…