Em meio às diversas competições futebolísticas espalhadas por esse Brasil varonil leio e escuto assuntos a respeito de esquemas de apostas envolvendo jogadores de futebol, muitas delas com autoridades investigando os casos suspeitos e com atletas envolvidos afastados pelos seus respectivos clubes. Cabe destacar ainda que clubes e casas de apostas são tratados como vítimas, não como parte.
No mês de maio do ano passado, o LANCE! procurou especialistas e atores do setor no Brasil. A visão é unânime: a manipulação de resultados tem um potencial destrutivo que envolve desde a perda de patrocínios até a desvalorização do ‘produto’ futebol aos olhos de possíveis investidores internacionais.
– A manipulação de resultados afeta a imagem dos clubes e dos próprios campeonatos, o que pode afastar patrocinadores e as quantias financeiras que circulam no universo do futebol. Além disso, o esquema gera prejuízo direto para as casas de apostas, que são, hoje, alguns dos principais patrocinadores do futebol brasileiro – destacou ao site carioca a vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo, Mariana Chamelette.
No primeiro mês deste ano, já surgem as primeiras denúncias a respeito de possível manipulação de resultado. Na terça-feira (23), a Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF) encaminhou ao Ministério Público e Tribunal de Justiça Desportiva do Rio Grande do Norte, documentação referente a dois jogos do Campeonato Potiguar, ABC 6 x 0 Força e Luz e Santa Cruz 2 x 0 Globo, segundo publicou o blogmarcoslopes.com.
Preocupada com o crescente número de denúncias e credibilidade do futebol do país, a CBF contratou uma empresa especializada em detectar possíveis fraudes em jogos de futebol. Conforme o blogmarcoslopes.com, a mesma empresa detectou indícios de irregularidades nos dois jogos citados acima do Campeonato Potiguar.
Casas de apostas patrocinam 75% dos clubes da Série A
Conforme matéria vinculada no quadro “Finanças do Esporte”, do portal OUL, hoje, 75% dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro têm patrocínio máster de casas de apostas. Ou seja: 15 dos 20 times da primeira divisão expõem empresas do setor no espaço mais nobre de seus uniformes.
Nesta nova realidade financeira do futebol brasileiro, cinco clubes fogem à regra: Palmeiras, Grêmio, Inter, Bragantino e Cuiabá. Desses, os três primeiros têm como patrocinadores máster marcas ligadas ao ramo financeiro, como bancos e empresas de crédito.