Com exceção do Mineiro, os três outros mais importantes campeonatos estaduais do País seguiram o script de sempre. A única novidade foi a briga Fla-Flu contra a federação desde o começo da competição, mas que não deu em nada.
Competições direcionadas para que os quatro grandes se enfrentem na semifinal – para desembocar numa grande final (como, mais uma vez, ocorreu em São Paulo e no Rio), ou para propiciar pela enésima vez um Grenal no Sul, só deu “errado” em Minas: ficou o Atlético-MG contra o desconhecido Caldense – hoje, sensação do futebol brasileiro – no lugar do atual campeão brasileiro, o Cruzeiro.
A conformação da tabela, disposta a impulsionar os grandes às fases decisivas dos Estaduais, é a fórmula mais evidente para os estaduais se manterem vivos – o fator gera bilheteria e audiência à televisão. Quando se quebra essa corrente, coloca-se em dúvida a importância e o papel da competição.
E os jogadores de destaque? Que jogadores, se comentaristas passam o dia inteiro falando de Valdivia, de um lado, e Robinho, do outro. A impressão que fica é que o Campeonato Paulista, com a final entre os dois times de ambos craques (Palmeiras e Santos), não revelou nada de novo – se é que isso não é a pura verdade.
A proposta de dissidentes no Rio de montar uma liga para combater os desmandos da federação foi o melhor que aconteceu nesses quatro meses de Estaduais. Se Flamengo e Fluminense forem em frente, rompem com um pé do sistema que sustenta os estaduais dos quatro principais centros de futebol do País – o outro pé do sistema são os acordos de direito de transmissão pela tv, que jogam os milhos para os pombos.
Federações apoiadas por dirigentes medievais (leia-se Euricos Mirandas) e penca de clubes sem expressão corroem as grandes instituições do futebol. Há que se fazer algo – digam-se, para os dois lados (tanto para os clubes pequenos quanto os grandes).
Fundar uma liga? É uma opção, mas é para gerir a lá NBA, a ultraprofissional liga de basquete norte-americana, e não como convescote de amigos.
Sobre a transmissão da televisão dos Estaduais, há várias críticas devido à subserviência de clubes e federações. Mas uma parece óbvia, aos olhos do torcedor: em campeonatos tão sem ânimo, não tem lógica alguma partidas ainda começarem às 10 horas da noite no meio de semana.
Não faz sentido tirar horas preciosas de sono ou, pior, ir até o estádio, para chegar às tantas da noite ao lar doce lar, para assistir um emocionante Flamengo x Barra Mansa, Corinthians x São Bernardo…