Acabei de ler, em reportagem escrita pelo parceiro Manoel Façanha, que o campeonato acreano, ora nos instantes finais, pode ser decidido no cara ou coroa. Isso mesmo: na sorte, na moedinha! Alguém joga uma moedinha pra cima e depois vê o que a sorte determina. Simples assim!
Confesso que ainda não cheguei a uma conclusão definitiva sobre o assunto. Ainda vou precisar de algum tempo de reflexão para dizer qualquer coisa mais efetiva a respeito do tema. Em princípio, porém, não creio que os dirigentes aprovaram o regulamento sem pesar prós e contras.
Mas antes que alguém lidere um movimento de crucificação dos signatários do tal regulamento, devo lembrar que nos mais distintos momentos da história da humanidade a sorte sempre esteve presente. Vide as palavras do imperador Júlio César, antes de atravessar o rio Rubicão.
De acordo com os compêndios históricos, naqueles idos de 49 antes de Cristo, quando Júlio César era o cônsul romano na Gália, vendo crescer a influência de Pompeu sobre Roma, e não querendo que isso se efetivasse, resolveu abrir uma frente de guerra dizendo que a “sorte” estava lançada.
Júlio César à parte, que ninguém quer ser apunhalado pelas costas, como aconteceu com o dito cujo, o certo é que todo mundo precisa de sorte uma vez ou outra na vida. Um azarado, de fato, não consegue chegar a lugar algum. O pão do azarado cai sempre com a manteiga para baixo.
Além do mais, o que seria de nós sem uma moedinha que possa nos mostrar o melhor caminho quando a gente chega numa encruzilhada e não tem certeza para qual lado seguir, num momento em que tanto a esquerda quanto a direita se configuram escolhas pra lá de duvidosas? Hein? Hein?
Claro, deve-se ter cuidado com a moeda a ser usada para tirar a sorte. Uma moeda de Real, por exemplo, vai cair sempre com a cara voltada para o chão. Nesse caso, o sorteio torna-se viciado. Como ninguém jamais quer perder, todo apostador vai escolher a coroa. Aí não vale. Não pode valer!
Fora tudo isso, embora – como eu disse lá no segundo parágrafo – eu ainda não tenha uma posição final sobre a questão da moedinha na decisão do campeonato acreano, me ocorre que, pelo menos, em sendo assim ninguém vai sofrer com a cobrança de pênaltis. Um perigo para a saúde!
É isso, prezados. Se de fato consta no regulamento que a decisão deve ser na moedinha, que assim seja. Está provado que pênaltis ou prorrogações causam mais danos ao coração do que moedinhas. Só não esqueçam que deve ser uma moeda “forte”. Moeda de Real de jeito algum!