Chuva e apagão

Pois então, meus prezados e queridos leitores, eis que começou a Copa Verde para os clubes acreanos. Galvez e Nacional-AM mediram forças na tarde de domingo, no estádio Antônio Aquino Lopes. No final das contas, o empate em um a um remeteu a decisão para o tal “jogo da volta”.

Como eu não estou em Rio Branco por esses tempos, as minhas impressões são todas com base nas informações de terceiros. Leio tudo o que sai nos sites, vejo os gols na internet e recebo de hora em hora relatórios minuciosos enviados pelo meu afilhado e editor Manoel Façanha.

Nesse sentido, pelo que eu li e fui informado, os dois grandes protagonistas do confronto foram a chuva e uma queda de energia. A chuva não se constitui bem em novidade nessa época do ano na região amazônica. E quanto ao “apagão”, aí eu acho que será preciso haver uma investigação.

Debaixo de chuva, dificilmente tem jogo, no sentido de bola rolando de pé em pé, de jogadas de efeito etc. e tal. Na chuva prevalece o chutão pra frente, o balãozinho, a força física… Fatores que acabam contribuindo para a partida se tornar muito mais uma grande pelada do que um clássico.

Quando eu e um monte de parceiros de geração éramos meninos, décadas atrás, a gente “remelava um olho” e tocava tambores por uma chuva torrencial num final de tarde. Num dia assim, a pelada era bem mais animada e os campinhos de pouca grama nos enchiam de lama até o cabelo.

A primeira vez que eu dei um carrinho, aliás, foi justamente numa pelada na chuva. Deslizei por uns bons três ou quatro metros no terreno escorregadio. Peguei mais a canela do adversário, um sujeito maior e mais forte do que eu, do que a bola. Só não levei uma surra porque saí de perto.

E então, levando em conta a “precipitação pluviométrica”, como diriam os climatologistas, eu penso que nós continuamos sem saber quem joga mais, se o Galvez ou o Nacional. Um gol pra cada lado não chega a ser nem mesmo um bolero, ritmo que precisa de dois pra lá e dois pra cá.

Os dois times continuam no páreo. Claro que o Nacional, por ser o mandante agora, leva alguma vantagem. Mas nada que possa assustar o Galvez. Se chover, fica outra vez tudo igual. Em Manacapuru, cidade onde o jogo está marcado, a preocupação deve ser é com o choro do surubim.

E no que diz respeito ao apagão, que eu disse lá no terceiro parágrafo desta crônica ser preciso uma investigação rigorosa para detectar qual foi a causa, meu palpite é que alguém soltou uma “mucura” na estação geradora de energia elétrica. Mucura, chuva e bola definitivamente não combinam!