MANOEL FAÇANHA
A perda do acesso à disputa do Campeonato Brasileiro da Série B de 2010 para o Asa de Arapiraca-AL, ocorrida diante de 14 mil presentes nas arquibancadas do estádio Arena da Floresta, no dia 16 de agosto de 2009, para muitos, é o maior “maracanazzo” da história do futebol acreano.
Quis o destino que as duas equipes voltassem a se cruzar após 13 anos daquele doloroso episódio de eliminação para os acreanos, numa disputa de vaga às quartas de final do Campeonato Brasileiro da Série D. A primeira batalha ocorre neste domingo (7), no estádio Florestão, às 17h, em Rio Branco-AC. O jogo da volta será disputado uma semana depois, precisamente dia 14 de agosto, na cidade de Arapiraca-AL.
Entre as inúmeras matérias/entrevistas sobre a eliminação do Estrelão para o time alagoano, cito uma publicada duas semanas depois da partida e produzida pela editoria de Esportes do jornal O Rio Branco. Na entrevista, de página dupla, o então capitão Zé Marco, hoje técnico de futebol, resumiu a eliminação do Rio Branco para o Asa-AL numa simples palavra: “Faltou um pouquinho mais de cada um, não digo no sentido técnico, mas de coração mesmo”.
Naquela época, a diretoria do Rio Branco havia estipulado um “bicho” de R$ 200 mil pelo acesso, mas, de acordo com o volante Zé Marco, a maior motivação era mesmo colocar o time estrelado novamente numa disputa de Série B – o Rio Branco já havia disputado duas edições de Série B, precisamente nos anos de 1990/1991.
Naquela temporada, o Asa de Arapiraca-AL era comandado pelo técnico Vica, ex-zagueiro do Fluminense-RJ, e a equipe surpreendeu não somente com o acesso, mas também, com a conquista do vice-campeonato da Série C.
A história do jogo
O Rio Branco, após empate por 1 a 1, no jogo da ida, ocorrido na cidade de Arapiraca, interior de Alagoas, entrava em campo precisando de um simples empate sem gols para carimbar o acesso, no duelo batizado pela mídia alagoana de “Batalha do Acre”.
Por outro lado, o time nordestino entrou no gramado mostrando muita personalidade e abriu o placar aos 10 minutos, após bola parada na área estrelada, com o lateral esquerdo Edson Veneno, sozinho, mandando a bola para a rede do Rio Branco. Silêncio no estádio Arena da Floresta.
Aos 11 minutos, o Rio Branco chegou ao empate. Juliano César recebeu dentro da área e finalizou, mas a bola acertou a trave. Na sobra, Rogério Tarauacá foi derrubado na área e o árbitro carioca, Wagner Tardelli Azevedo, assinalou a marcação da penalidade. Aos 13 minutos, na cobrança, o Estrelão chegou à igualdade com Ley.
O Asa-AL não baixou a guarda e chegou ao segundo gol, após novo erro de marcação do time estrelado durante a cobrança de uma bola parada. Nena, com oportunismo, testou a bola no meio do gol, com o goleiro Douglas não conseguindo evitar a bola na sua rede, aos 29 minutos.
Mesmo numa tarde ruim, o Rio Branco quase empatou o duelo após uma cabeceio de Testinha no travessão. Na sobra, Juliano César parou no goleiro Tutti.
Aos 22 minutos, o Asa ficou com um jogador a menos em campo em relação ao Rio Branco. Paulão fez falta e levou o segundo cartão amarelo, seguido do vermelho. No mesmo minuto, Hendrick, que substituiu o apagado Testinha, levantou a bola na área e o zagueiro Régis testou para o fundo das redes do time alagoano. Tudo igual!
Aos 45’, mais um jogador do ASA acabou expulso. Paulo Foiani, reclamou, rispidamente, com o árbitro Vagner Tardelli e acabou indo mais cedo para o chuveiro. Porém, o time acreano não teve inteligência para se aproveitar da vantagem numérica de jogadores em campo e ficou apenas no empate (2 a 2).
SÚMULA
Rio Branco 2 x 2 ASA-AL
Local: Estádio Arena da Floresta (em Rio Branco-AC);
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo-SC.
Renda: R$ 170 mil
Público: 14 mil presentes
Gols: Edson aos 10’, Ley aos 13’ e Nena aos 29’ do 1º; Régis aos 22’ do 2º;
Cartões Amarelos: Douglas, Gledson, Renatinho e Zé Marco (Rio Branco); Edson Veneno, Fábio Lopes, Ivo e Paulão (ASA);
Expulsões: Paulão e Paulo Foiani (ASA);
Rio Branco: Douglas; Ley, Wendel (Gledson), Régis e Renatinho; Zé Marco, Romeu, Neném (Ronaldo Paulista) e Testinha (Hendrick); Rogério Tarauacá e Juliano César. Técnico: Everton Goiano.
ASA: Tutti; Ricardinho, Paulão, Leandro e Edson Veneno; Jota Guerreiro, Ivo (Paulo Foiani), Fábio Lopes (Henrique) e Rodriguinho; Didira (Flávio) e Nena. Técnico: Vica.