Escrevo esta crônica na tarde de segunda-feira. Mais de 24 horas antes, portanto, do jogo da seleção brasileira contra a Argentina, lá na terra do tango, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Difícil imaginar o que virá a ser esse confronto, uma vez que tudo (ou nada) pode acontecer.
Esse clássico do futebol entre brasileiros e argentinos é tão imprevisível que na última vez que eles deveriam ter se enfrentado, nem jogo teve. Los hermanos tentaram burlar a vigilância sanitária do Brasil e escalaram uns sujeitos vindos de um país muito afetado pela pandemia.
Aí as autoridades da saúde do “patropi” entraram em campo, depois de o jogo iniciado, para tirar os “furões”. Os argentinos não aceitaram a retirada dos seus migrantes irregulares e correram do pau. Parece até que os caras eram insubstituíveis. Vai ver, eles não confiam nos seus reservas.
O negócio é tão feio e essas duas seleções são tão importantes no cenário mundial que até agora a Fifa não disse quem estava com a razão no imbróglio. E nós, paturebas de arquibancada, continuamos sem saber se os argentinos serão punidos ou se o lixo vai ser varrido para baixo do tapete.
O palpite de alguns amigos meus (Mário Jorge “Gaguinho” e Toinho Bill entre eles) é o de que tudo vai terminar numa bela pizza. Ou então, sempre no dizer deles, numa confraternização entre dirigentes do futebol mundial num daqueles restaurantes de Puerto Madero, lá em Buenos Aires.
Independente, porém, do que venha a acontecer (ou do que tenha acontecido, que eu não sei que dia essa crônica vai para as páginas), o certo é que para a seleção brasileira esse jogo de agora contra a seleção da Argentina tem um caráter de treino de luxo, só pra cumprir a tabela mesmo.
Pra eles, porém, o buraco é mais embaixo. É que o Brasil já está classificado para a Copa do Catar, enquanto que os fiéis de Maradona ainda buscam os seus pontinhos para garantir sua vaga no próximo mundial. Eles vão se classificar, mas ainda não o estão, matematicamente falando.
Trinta e duas seleções disputarão o Mundial do Catar. Nove já se classificaram (Alemanha, Brasil, Catar, Dinamarca, França, Bélgica, Espanha, Sérvia e Croácia). Restam 23 vagas. São poucos lugares para um monte de postulantes. A Copa é uma festa para bem poucos convidados.
É isso, meus prezados amigos. Vou terminando por aqui essas mal traçadas de agora. Brasileiros e argentinos estarão na Copa do Mundo do Catar, no próximo ano. Não há quem duvide. Enquanto isso, a gente vai vivendo de pequenas ilusões. Afinal, para as águas do rio tudo é apenas hoje!