Parece a morte, o fim do mundo. Uns clubes estão envolvidos com disputas internas e outros, calculando como sobreviver em 2015. Todo final de ano é a mesma história. O futebol brasileiro não muda nunca.
O noticiário esportivo exalta a final da Copa do Brasil, a luta por vaga na Libertadores, o possível título do Cruzeiro no Brasileiro. Mas predomina nos veículos de comunicação, bem antes do fim da temporada, as incertezas dos clubes com a chegada do ano novo. Esse é o futebol brasileiro de sempre.
O Corinthians já está em clima de eleição – o pleito é em fevereiro. Não se fala outra coisa no Parque São Jorge. Terminar no G4 o Campeonato Brasileiro é quase um detalhe. A disputa pelo poder é tão relevante quanto.
No Palmeiras, a barca já está sendo carregada de jogadores. Vão embora mais atletas do que chegarão novos. Mesmo com a moderna arena recém-inaugurada, o assunto lá é apontar culpados para a trágica campanha no Brasileirão. Não há plano B.
O São Paulo, se conseguir se classificar para a Libertadores, se dispõe a jogar o Campeonato Paulista com time sub-20 para dar prioridade à competição continental. Mas o assunto principal é a despedida de Rogério Ceni, marcada para fevereiro, se tudo der certo, para os ferrenhos críticos do goleiro – que não o querem atuando na Libertadores 2015 em caso de classificação do clube.
O Flamengo cata os cacos para ver se consegue montar um time melhor em 2015. Vale até balão de ensaio para animar a galera (como Luis Fabiano), mesmo que não se concretize o negócio.
Essa mediocridade em lhe dar com os assuntos, com pouca objetividade e muita conversa fiada, é corrente no futebol brasileiro. Vai irritando o torcedor e esgotando a paciência. Não há um clube que apresente um projeto decente para o ano que vem, uma agenda positiva.
Os temas falta de dinheiro, desorganização do calendário e disputa política não deveriam ser tão expostos assim. Mas no Brasil são dominantes no noticiário.
Brigas internas dentro dos clubes são os grandes responsáveis por alimentar a imprensa com esses fatos negativos. Mesmo quando não se tem razão para tanto alarde.
O problema aqui é sistêmico. Não há céu de brigadeiro. Parece que não evoluímos no futebol. Se é que não chegamos ao fundo do poço mesmo.
Augusto Diniz