Copa do Brasil sem titulares não interessa

A Copa do Brasil é a única competição de futebol que realmente integra o País. Participam clubes de todos os estados brasileiros. Mas não adianta os seus principais protagonistas atuarem com equipes reservas nas fases iniciais.

Ora, se uma equipe do centro do futebol nacional se desloca para um confronto, que ela leve sua força máxima, ou perto disso. Se é para atuar com time alternativo, é melhor nem colocar na competição, por que tira o sentido de nacionalização do torneio.

Afinal, a Copa do Brasil é acima de tudo intercâmbio, principalmente nas suas fases iniciais, quando se avança em lugares mais remotos. Se aquilo que se vê na televisão não é o mesmo quando ao vivo, parecendo tratar-se de figurantes, tem tudo para tirar a força daquele momento raro – para depois transformar-se em frustração, principalmente de torcedores.

Vejo o caso do Santos, que nas três partidas disputadas no torneio, não jogou nenhuma com o time titular. Nas duas primeiras fases, foi atuar no Norte, que nem representante da região tem no Campeonato Brasileiro – aliás, repetindo o que já vem acontecendo: há apenas três clubes do Nordeste (Sport, Santa Cruz e Vitória) na competição de 2016; o restante é do Sul-Sudeste, para variar (nem o Centro-Oeste possui representante este ano no Brasileirão).

Por essa toada é que o Santos deveria ter ido ao Amapá jogar com seu homônimo com um time mais próximo do completo, e ido ao Acre com a equipe com a maioria dos campeões paulistas desse ano. Não dá para aceitar diferente.

Daí, o estádio não tem capacidade máxima de público, não desperta interesse local. Então, o que resolveu? Desclassificou o time local e foi isso a única lembrança deixada.

Quando deveria ter criado expectativa em torno da atração para agregar, mostrar a validade do futebol ali na sua magnitude a quem tem pouco acesso a isso.

Sou contra clube entrar com time reserva em qualquer competição. Se for assim, não participa. Os organizadores deveriam cobrar caro dos clubes esse tipo de atitude. Querem direitos (de transmissão, de imagem, de serem convidados etc.), mas deveres de exibição é outra história para eles. Assim não dá!