Covid-19: flexibilizar com responsabilidade é preciso

Com o anuncio no início da semana da flexibilização das atividades esportivas nas três regionais acreanas da pandemia do novo coronavírus, em decisão proferida pelo Comitê Especial de Acompanhamento da Covid-19, os cuidados para frear a disseminação do vírus precisam ser fiscalizados pelos dirigentes esportivos e proprietários de espaços físicos. É necessário que o protocolo de segurança continue sendo seguido à risca, pois um vacilo pode contribuir, não somente para o crescimento dos dados da pandemia, mas também para o aumento de internações em leitos clínicos e de UTI´s das unidades hospitalares.

Outro fator para a sociedade não baixar a guarda e continuar mantendo os cuidados preventivos para não contrair a doença, diz respeito à lentidão da vacinação em nosso país – o Acre apresenta o pior índice de aproveitamento na aplicabilidade do imunizante em sua população, isso por erros estratégicos do Governo Federal durante as negociações para a compra das vacinas, associado à sua política de relações exteriores, principalmente na era do chanceler Ernesto Araújo, esse mais para um “encrenqueiro” de ultradireita do que para um humanista pacificador.

Com o atraso dos imunizantes, o Comitê Especial de Acompanhamento da Covid-19, apesar de alguns equívocos nessa onda de liberar ou não liberar as atividades nas regionais acreanas, acertou em não flexibilizar as atividades esportivas futebolística durante os últimos três meses e dez dias, isso justificado por dados técnicos para a alta da curva de contaminação, mortes e ausência de leitos de UTI´s disponíveis (fila de espera por vaga) para tratar os infectados pelo vírus em nosso estado.

Na busca de justificar minha posição, fui buscar dados técnicos da pandemia no Portal da Transparência do Estado do Acre – Pacto Acre sem Covid. Os dados apurados correspondem ao período de 1 º de fevereiro a 11 de maio. Neste período foram registrados 30.690 casos de infecção da doença (38,4% dos 79.510 casos notificados durante toda a pandemia). Os dados mostraram ainda que neste período de 100 dias a média de pessoas infectadas pelo vírus ficou na casa de 306,90 dia (189 casos é a média diária de infectados). Também neste mesmo período houve 726 notificações de mortes causada pela doença (45,4% das 1.599 registradas no estado durante a pandemia). A média diária de óbitos neste período de paralisação das atividades futebolísticas alcançou 7,26 contra 2,74 registrada no ano passado.

E depois de muitas leituras de artigos e matérias tenho a dizer que, apesar da possibilidade reduzida de um atleta ser infectado pelo vírus durante a realização de uma partida oficial, isso após testagem e outros cuidados devidos, a transmissão do vírus é mais comum durante a realização dos treinos (testagem não é constante na maioria dos clubes, principalmente aqueles mais pobres), no convívio social dos atletas com parentes/amigos fora do Centro de Treinamento, visitas ao comercio e também a casas noturnas.