A CPI do Futebol já pediu para ver a conta bancária do presidente da CBF, e quer analisar contratos de patrocinadores.
Mas ainda não avançou sobre os acordos de transmissão de futebol assinados entre a CBF e emissoras de televisão – apesar do FBI os investigar e depoentes alertarem à comissão sobre a fragilidade deles.
A comissão pediu a quebra do sigilo fiscal e bancário de Marco Polo Del Nero. O presidente da CBF entrou com um mandato de segurança no STF alegando não ter razão para isso, mas o Supremo negou o pedido.
Poucos dias atrás, a CPI aprovou requerimento para ter acesso ao contrato de uma das principais patrocinadoras da CBF: a General Motors (Chevrolet).
O senador Romário, presidente da CPI e autor do pedido, disse achar “curioso” a GM tornar-se patrocinadora da CBF, no lugar da antiga patrocinadora da entidade, a concorrente Volkswagen, quase no mesmo período em que Del Nero assumiu a CBF.
A GM era patrocinadora também da Federação Paulista de Futebol (FPF) quando Del Nero a presidia. A CPI, inclusive, aprovou pedido de cópia de patrocínios da FPF de 2005 em diante.
Andrew Jennings, autor de diversos livros que ajudaram o FBI a investigar a FIFA e que levou à prisão de vários dirigentes – incluindo o ex-presidente da CBF, José Maria Marin -, falou à comissão.
O jornalista disse que o esquema de corrupção começou com o brasileiro João Havelange, quando assumiu a presidência da FIFA, em 1974.
Jennings defendeu investigação de contratos de direitos de transmissão de televisão – o mesmo já feito por outros depoentes da CPI.
O escocês alertou que as multas que a FIFA receberá por conta das investigações do FBI, podem levar a entidade máxima do futebol mundial à falência.
Romário, nesta quinta-feira (3/9), ao fim dos trabalhos da semana da CPI, informou que deverá refazer pedidos de acesso a contratos assinados pela CBF com terceiros – a CBF conseguiu uma liminar antecipada que desobriga enviar os documentos à CPI.
Como alguns já alertaram assim que a CPI foi criada, se ela não investigar a fundo os direitos de transmissão de futebol envolvendo a CBF e emissoras de televisão (leia-se TV Globo), não valerá de quase nada.