Dadão, uma saudade

Em 23 de abril próximo completa-se cinco anos desde o dia em que faleceu o cidadão Eduardo Rodrigues da Silva Filho, nascido na data de 18 de julho de 1950. Ele era conhecido nos meios esportivos com o nome de Dadão, sendo tido como o maior jogador do futebol acreano desde sempre.

Dadão ainda era um adolescente imberbe quando foi chamado para defender um time adulto, no caso o Rio Branco, no ano de 1966. Jogava tanto que no ano seguinte já estava vestindo a camisa do Juventus, clube que costumava levar para as suas fileiras os melhores jogadores do Acre.

E nessas de ascensão, três anos depois, o então cracaço, vindo ao mundo no bairro do Caxias, nas imediações da Rádio Difusora Acreana, já estava na equipe de juniores do Fluminense do Rio de Janeiro. Pelo Tricolor carioca, ele sagrou-se campeão da Copa São Paulo de Júnior, em 1971.

No Fluminense, ele chegou a figurar no banco de reservas da equipe principal, eventualmente substituindo alguém de um ataque devastador formado por Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula. Por um desacerto na hora de assinar contrato, Dadão acabou não se firmando no time das Laranjeiras.

Em 1972, Dadão defendeu dois clubes: o Madureira, do subúrbio carioca, e o Itabaiana, do interior de Sergipe. No Madureira passou rapidamente. Só o tempo de uma excursão. No sergipano Itabaiana disputou um campeonato estadual e virou ídolo, lembrado até os dias de hoje.

Mas aí, como se o destino teimasse em lhe apontar o rumo do Norte do país, ele contraiu uma hepatite no final desse ano de 1972. Resolveu, então, tratar-se em casa. Foi o suficiente para o Juventus repatriá-lo. E ele foi ficando e dando o seu show, até o encerramento da carreira, em 1986.

Como jogava demais, todas as vezes em que acabava uma temporada, ele era procurado pelos outros grandes clubes do Acre, que lhe ofereciam carradas de dinheiro, empregos, automóveis e vantagens para defender as suas cores. E ele, apesar de amar o Juventus, acabava seduzido pelas ofertas.

Dessa forma, Dadão jogou, marcou gols e colecionou triunfos, além do Juventus, com as camisas do Atlético Acreano, do Rio Branco e do Independência. Foi ídolo, por assim dizer, de todas as torcidas do Acre. Os seus parceiros de clube dizem que jogar com ele era uma tranquilidade!

E eu, cujo apelido difere do dele apenas pela letra “n”, devo confessar que contribui para diminuir a sua fama. É que nas peladas dos bairros eu era confundido com ele. E, como eu não jogava nada, acabava decepcionando os espectadores. Ele ria quando eu lhe contava isso. Dadão, uma saudade!