Desafio da Rio 2016 será segurar o astral

O primeiro final de semana da Rio 2016 teve bom astral, depois de uma abertura simples, mas surpreendente e cativante no Maracanã. O problema vai ser manter isso até o final, nesse megaevento sujeito a imprevistos acima da média.

A cidade está cheia de estrangeiros e turistas brasileiros de várias regiões, e há um fluxo grande deles em toda cidade, principalmente no centro histórico e, óbvio, nas áreas onde se concentram os acontecimentos esportivos.

Fez um sol maravilhoso no sábado, digno do Rio, o que aumentou o bom humor. As arquibancadas têm sido palco de quase um carnaval em cada modalidade. Dos eventos esportivos que compareci, inclusive com a participação de atletas brasileiros, nada superou o jogo de handebol feminino em que angolanas bateram as romenas em uma partida bastante disputada. O carinho da torcida com a Angola, um de nossos traços históricos, foi arrepiante.

O barulho da torcida pode irritar alguns, mas traz diversão e alegria ao ambiente, propiciando uma circunstância mais favorável do que desfavorável à Rio 2016.

O transporte tem funcionado a contento, mas peguei um contratempo no sábado na saída do Riocentro, onde a falta de informação e funcionários na estação do BRT para saber qual veículo se dirigia ao metrô (um dado básico, já que é um meio de transporte bem procurado para circular pela zona sul da cidade), em meio a um grande número de pessoas, tirou momentaneamente a paciência.

A energia positiva tem dissipado alguns outros problemas relatados, como furtos aos visitantes de fora na praia de Copacabana. O fato é que a maioria deve ter se preparado para encarar esses velhos e conhecidos entraves da cidade – ninguém é louco de desembarcar no Galeão sem estudar o mínimo do que significa disparidade social e contrastes urbanos reunidos em uma metrópole superpopulosa.

O atendimento na praça de alimentação nas arenas foi um dos gargalos dentro dos espaços esportivos, com muitas filas. Não falaremos de preços dos produtos por que a operação deve ser cara também, embora não precisasse vender a cerveja a 13 reais o latão.
A preocupação é quando as pessoas que estão na cidade começarem a encontrar recorrência nas dificuldades. Uma adversidade ali, outra acolá e o sujeito junta tudo e vai embora com uma percepção menos positiva do que poderia ser. E isso será um grande desafio a evitar.