Essa palavra aí do título ainda não existe na forma dicionarizada. Quer dizer, ainda não foi incorporada à norma culta. É um, por assim dizer, neologismo. Mas eu não a inventei. Já a vi (li) por aí nas infovias da vida, com o significado de nomear “o que ou quem não é favorito a alguma coisa”.
Pois eu recorro a ela (a palavra inexistente) para fazer menção aos times que disputam a Série D do Campeonato Brasileiro sem chances de passar para a fase seguinte. Aqueles times que não vão conseguir ir pra frente nessa competição “nem com anzol no olho”, como se dizia em gíria antiga.
O primeiro desses times, de acordo com a pontuação ostentada na tabela de classificação, decorridas oito partidas (são 14), é o Real Ariquemes. O time rondoniense conseguiu a façanha de fazer apenas um ponto até aqui, fruto de um empate com o tocantinense Interporto, na quinta rodada.
O outro dos times que só vai cumprir o resto da tabela é o Novo Hamburgo, do Rio Grande do Sul. Ligeiramente melhor do que o Real Ariquemes, o time empatou duas vezes. Segurou a onda com os também gaúchos Brasil e Aimoré, na terceira e na quarta rodadas, respectivamente.
O potiguar Globo e o capixaba Real Noroeste aparecem na sequência nessa condição de “desfavoritos”. Tanto um como o outro conseguiram vencer umazinha, empatar outra e tomar seis cascudos nos cocos. Matematicamente, ainda não estão fora. Mas nada indica coisa ao contrário.
Para os torcedores mais ao Norte do país, entretanto, o que interessa é o Grupo 1. Aquele onde estão a competir times dos estados do Amazonas, Pará, Roraima e Acre. É nesse local onde começa (ou será melhor dizer “termina”?) o Brasil que as equipes da última divisão medem suas forças.
E o que diz a classificação do Grupo 1, depois de decorrida mais da metade da primeira fase? O que diz é que o amazonense Nacional nada de braçadas no rio Solimões, com 19 pontos conquistados (seis vitórias, um empate e uma derrota). É o líder e vai para o mata-mata com absoluta certeza.
Em contrapartida (eu não quis dizer “por outro lado”, para não ser confundido com as escaramuças de Napoleão Bonaparte e sua Josefina), no mesmo Grupo 1, o acreano São Francisco (seis pontos) e o amapaense Trem (cinco pontos) patinam no lamaçal das chuvas torrenciais amazônicas.
Eu vejo o desempenho desses dois e fico a pensar em qual deles poderia segurar um instrumento que iluminasse melhor os seus caminhos. O São Chico, como tem nome de santo, a melhor alegoria seria uma lanterna cheia de velas. Já o Trem, um potente holofote pode resolver a questão!