Dezoito títulos

Nessa segunda-feira que recém passou, 1º de maio, Dia do Trabalho, o Rio Branco, Estrelão para os íntimos, venceu o Humaitá e conquistou mais um título de campeão acreano de futebol. O décimo oitavo na era do profissionalismo, cuja disputa foi iniciada no já distante ano de 1989.

Trocando em miúdos, das 35 competições disputadas nessa fase da vida do futebol do Acre, o Rio Branco levou pra casa a taça de mais da metade. Ou seja: todos os adversários juntos conquistaram menos títulos do que o clube da Estrela Rubra. Um feito e tanto, pra ninguém botar defeito!

E sempre que o Rio Branco é bem-sucedido numa competição regional, eu lembro das palavras que um dia me foram ditas pelo saudoso desembargador Lourival Marques, que presidiu o clube em várias oportunidades, do final da década de 1960 até a metade da década de 1980.

Nas palavras do doutor Lourival, numa tarde qualquer de um verão do ano de 2002, o Rio Branco reunia condições (organização, estrutura e dinheiro) para montar times capazes de não perder pra ninguém, no Acre, e de fazer frente, “pau a pau”, com qualquer equipe da região Norte do país.

Naturalmente, depois daquela minha conversa com ele, muita coisa mudou. Por conta de várias decisões equivocadas, o Estrelão não exibe mais a saúde financeira de outrora. Vide a sede social, transformada em escombros. Mas, apesar disso, o time ainda reina nos gramados do Acre.

Outra coisa que o já ancião, à época, Lourival Marques me disse foi de que ele era radicalmente contra a importação de treinadores. Segundo ele, embora manifestasse respeito aos profissionais de “outras paragens”, estes já chegariam ao Acre comprometidos com vários empresários de jogadores.

Coincidentemente (ou não), o Rio Branco conquistou o seu décimo oitavo título de campeão acreano de futebol profissional sob a orientação de um treinador da terra. No caso, o meu querido amigo Ulisses Torres, um cruzeirense que ganhou fama tanto como jogador quanto como treinador.

O Ulisses Torres, eu diria sem medo de errar, é um daqueles sujeitos que alia a prática à teoria. Isso porque ele, antes de se formar em educação física, foi um atacante habilidoso, com passagens vitoriosas no Juventus e no próprio Rio Branco, além de incursões por alguns times do futebol carioca.

Da minha parte, embora eu só acompanhe o futebol acreano à distância, levando-se em conta o meu exílio voluntário na Cidade Maravilhosa, penso que o título de campeão acreano de 2023 está nas mãos certas. Afinal, foram oito vitórias em dez partidas jogadas. Incontestável!