O zagueiro Diego durante preparação do Galo Carijó para Série C de 2019. Foto/Manoel Façanha

Diego – Zagueiro de larga experiência está livre no mercado

Francisco Dandão

Desde que deixou o Real Ariquemes-RO, em dezembro passado, time pelo qual se sagrou vice-campeão rondoniense de 2020, o zagueiro Diego Pereira Alberto, de 32 anos (ele nasceu no dia 25 de novembro de 1988), está sem clube. Para não perder a forma, ele e outros craques do passado recente do futebol acreano treinam todos os dias no campo da Bahia, em Rio Branco.

De ótimo porte físico, capaz de atuar tanto de zagueiro central como de quarto-zagueiro, Diego é um daqueles jogadores que carrega no peito a marca dos grandes vencedores. Prova disso são os títulos que conquistou até hoje, sendo três estaduais acreanos da primeira divisão pelo Atlético (2016, 2017 e 2019), um pelo Rio Branco (2007) e dois da segunda divisão (Andirá – 2015, e Galvez – 2012).

Mas a história dele não se resume somente aos títulos conquistados. Ele fez parte, como titular absoluto, do elenco do Atlético que subiu da Série D para a C do Campeonato Brasileiro, em 2017, bem como da ótima campanha do mesmo Galo na terceira divisão de 2018, quando o time acreano venceu vários adversários tradicionais e quase sobe para a Série B.

Ressalte-se que além dos times já citados (Atlético, Real Ariquemes, Andirá e Galvez), Diego vestiu as camisas de somente outros quatro clubes: Juventus (base) Rio Branco (base e time principal), Amax (segunda divisão do Acre) e Nacional-AM. Neste último, na disputa do campeonato amazonense de 2016, depois da eliminação do Galo da Série D daquele ano.

 

 

 

Os jogadores Acosta, Marquinhos Costa, Diego, Ico e Marcos Vinicius durante treino físico no CT do José de Melo na temporada 2007. Foto/Manoel Façanha

 

Copa São Paulo, estágio e gol inesquecível

Depois de jogar no infantil do Atlético, em 2003, clube para onde foi por indicação do amigo Elison Paiva (hoje árbitro de futsal), Diego integrou, sucessivamente, os juniores do Juventus e do Rio Branco. Por este último, ele disputou a Copa São Paulo de 2007, chamando a atenção de olheiros, que o levaram para fazer testes entre os profissionais de Taquaritinga e Taubaté.

“Foi uma boa experiência, mas eu acabei voltando para o Rio Branco, agora já integrado ao time de cima. Mas sempre no banco. Havia muita gente mais velha, a maioria de jogadores importados, na minha frente. Cheguei a jogar algumas vezes. Estreei contra a Adesg, numa vitória nossa por 2 a 0. A bem da verdade, porém, só virei titular quando saí de lá”, disse Diego.

Essa mudança de status (de reserva no Estrelão para titular nos demais clubes) proporcionou para Diego um momento inesquecível: o gol de cabeça na vitória do Atlético contra o São José-RS, depois de um cruzamento do parceiro Eduardo, nas quartas-de-final da Série D de 2017. O Galo subiu para a Série C depois de vencer por 1 a 0 na ida e empatar por 1 a 1 na volta.

Em contraponto, que nem tudo são alegrias para quem milita no futebol, Diego até hoje lamenta a derrota do Atlético para o Rio Branco, por 4 a 3, na final do campeonato de 2012. “A gente estava ganhando por 3 a 0. Parecia que o título viria de forma bem fácil. Mas eles viraram para 4 a 3 e eu falhei em dois gols. Um jogo para apagar da memória”, falou o zagueiro.

Atlético-AC-2012. Em pé, da esquerda para a direita: Matheus Malveira, João Carlos, Fábio, Kinho, Diego e Robson. Agachados: Tamarana, Chumbo, Ailton, Toró, Felipinho e Pablo Simões (preparador físico). Foto/Manoel Façanha.
Diego Alberto (ao fundo) comemora com demais jogadores e comissão técnica do Galvez o título de campeão da segundinha . Foto/Manoel Façanha.

Nomes de destaque e conselhos para os jovens

Galvez – 2015. Em pé, da esquerda para a direita: Diego, Tom, Thiago, Neném e Máximo. Agachados: Rick, Hamilton, Zagalo, Esquerdinha, Chumbo e Juliano César. Foto/Francisco Dandão.
Atlético Acreano – 2016. Em pé, da esquerda para a direita: Edivandro, Pisika,, Leandro, Pé de Ferro, Diego e Josy. Agachados: Jefferson, Felipe, Renato, Adriano Louzada e Eduardo. Foto/Manoel Façanha.
Nacional-AM – 2016. Em pé, da esquerda para a direita: Álvaro Miguéis (técnico), Selcimar Maciel (preparador físico), Careca, Alfredo, Miller, Diego e Rafael. Agachados: Tragodara, Eduardo, Polaco, Januário, Rafael Barros e Hércules. Foto/Acervo Jardson Monteiro.
Atlético Acreano – 2017. Em pé, da esquerda para a direita: Diego (auxiliar de preparação física), Álvaro Miguéis (técnico), Diego, Careca, Pé de Ferro, Babau, Tidalzinho (treinador de goleiros) e Alceivo (treinador de goleiros). Agachados: Leandro, Januário, Joel, Ailton, Jefferson, Polaco e Eduardo. Foto/Francisco Dandão.

Diego confessou que não saberia escalar uma seleção acreana de todos os tempos, por não ter visto jogadores que muita gente reputa como grandes craques. Mas não hesitou em escalar um time que, segundo ele, conseguiria ótimos resultados. Esse time formaria com Babau; Januário, Douglas, Diego e Jefferson; Leandro Jucá, Kássio e Josy Braz; Eduardo, Ailton e Polaco.

No tocante à figura do melhor técnico, a escolha do zagueiro recaiu sobre Álvaro Miguéis. “Trata-se de um treinador de muita inteligência, que conseguiu juntar num mesmo lugar aqueles atletas talentosos das campanhas atleticanas de 2016, 2017 e 2018. Da minha parte, sou muito grato por tudo que ele me ensinou e pela motivação que ele me passou”, garantiu Diego.

Capitães e equipe de arbitragem do jogo Humaitá x Atlético, pelo Campeonato Acreano de 2018. Da esquerda para a direita: Antônio Neuriclaudio, Rener Santos, Jefferson (capitão do Humaitá), Ronne Casas, Diego (capitão do Atlético), Márcio Cristiano e Julian Castro. Foto/Francisco Dandão.

E quanto às possibilidades de um garoto crescer no futebol, Diego tem a fórmula pronta. “Tem que se cuidar: dormir cedo, se alimentar bem e não maltratar o corpo. Digo isso porque eu fazia tudo errado, quando era jovem. Meu pai cobrava e eu não ouvia. Às vezes eu virava a noite jogando vídeo game. Quando passei a me cuidar, os frutos surgiram”, explicou o zagueiro.

Se ele já pensa em pendurar as chuteiras? Não, isso ainda não passa pela sua cabeça. “Por enquanto, estou sem clube, mas já recebi algumas ligações e estão surgindo propostas. Eu e a turma que treinamos juntos estamos vendo o que pode vir a ser melhor para o grupo. Mas ainda não penso em parar. Vou jogar até enquanto o corpo aguentar”, finalizou Diego.