Acabou a série C para o Acre. Agora só no ano que vem. O Atlético, representante do Estado, chegou onde deu. Foi às quartas de final, deixando para trás equipes tradicionalíssimas do futebol do Norte e do Nordeste do Brasil. Ficou a um passo de subir para a série B. Um mero passinho!
No choque decisivo entre bicho de rinha e bicho de rio, deu o animal fluvial. O Atlético é Galo, o Cuiabá é Dourado. O peixe foi liso, soube morder a crista do visitante em seus domínios. E depois, no jogo da volta, foi só ficar escondido numa caverna aquática e sair só mesmo na boa.
Mas foi uma campanha digna a do Galo acreano. Não creio que alguém possa duvidar disso. Das 20 vezes que entrou em campo, venceu nove, empatando quatro e perdendo sete. Como mandante, derrotou sete vezes os seus adversários. Perdeu apenas um jogo e empatou dois em casa.
E também, deve-se registrar, quando saiu para jogar na casa alheia, o Atlético jamais se intimidou. Em nenhum momento demonstrou sofrer de algum tipo de complexo de vira-lata. Jogou sempre de cabeça erguida, pra cima dos caras, qualquer que fosse a camisa que estivesse do outro lado.
Eu fui testemunha de duas dessas saídas. Na primeira delas, em Aracaju, contra o Confiança, quando o resultado foi um empate em zero a zero, o Atlético só não venceu porque o goleiro dos caras pegou tudo. E na segunda vez, em Natal, os reservas azuis bateram o ABC por 1 a 0.
Naturalmente, uma vez chegando às quartas de final, todo mundo ficou na esperança de que o time subisse para a Série B. Mas, verdade seja dita, o objetivo primordial era se manter mesmo na Série C. Isso, por si só, já se traduz num grande feito, levando-se em conta todas as dificuldades.
Quando falo em dificuldades, refiro-me a tudo o que se pode imaginar para formar um time de futebol competitivo. Desde espaço para treinamentos até boas condições para proporcionar conforto ao elenco. Mas a principal delas, quero crer, diz respeito à questão de um orçamento robusto.
O Atlético, de todos os clubes que disputaram a Série C deste ano, era o time com a menor folha de pagamento. Sem dinheiro, meu caros, não é possível montar uma equipe com ares de favorita, qualquer que seja a competição. E se o time chegou longe, isso se deve ao cultivo de uma base.
Enfim, todo mundo que de alguma forma fez parte desse grupo do Galo merece toda a nossa consideração. Oxalá, as próximas autoridades constituídas (ou destituídas, tanto faz) do Acre possam entender que o futebol é importante e pode levar longe o nome do Estado. Oxalá entendam!