José Renato
1982.
Tinha 11 anos.
Vivia o ápice de meu interesse por futebol.
A Seleção Brasileira.
Seriamos campeões mundiais.
Acompanhei todos os jogos.
Uma competição que teve um defeito.
O melhor não venceu a taça.
Aquela geração de jogadores estaria fadada a não ser campeã mundial.
Aquela geração de torcedores também.
Logo na minha vez.
Anos depois o Brasil seria tetracampeão
Mas a conquista de 1994 foi para outros fanáticos por futebol.
Os meninos de 10 a 15 anos, já tinham ultrapassado os vinte e poucos anos.
A Copa do Mundo não era mais a mesma.
Ao menos para mim e para aqueles meninos de 1982.
Mas ainda naquele tempo, meio da década de 1980, restou um pequeno sonho.
A realização da competição no Brasil.
E tudo estava encaminhando para isso.
A Colômbia houvera desistido.
A competição tinha sido oferecida ao Presidente Figueiredo.
Ele alegou que o país tinha outras prioridades.
Tinha 12 a 13 anos.
Quanta lamentação.
A Copa de 1986 foi para o México.
Passaram quase 30 anos.
A Copa do Mundo acabou por vir ao Brasil.
Em 2014.
Já não era o mesmo menino.
Ciente dos desmandos, casos de corrupção, uso abusivo de verbas publicas.
Esta Copa, tão sonhada em outros tempos, não é aquela.
Talvez, ou certamente, naqueles tempos aconteceriam situações similares a estas presentes hoje.
Mas o meu mundo se resumia aos quatro campos.
Hoje, vejo como acertada a posição do presidente militar.
Ops.
Antes de qualquer patrulhamento prévio.
Reafirmo ser contrário a todo e qualquer regime ditatorial que existe no mundo.
Desejo aos meninos que, hoje, têm a mesma idade que eu tinha em 1982, apenas uma coisa.
Vivam esta Copa do Mundo.
Façam suas tabelas.
Assistam às partidas, todas elas.
Guardem os jornais, as revistas.
Façam as suas histórias.
Vivam, intensamente, este momento.
Algo único, que apenas aqueles que tinham em 1950, a idade que vocês têm hoje, tiveram a oportunidade.