Parece mentira, mas já se passaram 29 anos desde que o futebol acreano foi elevado à condição de profissional. Até 1988, reinava no estado do Acre o amadorismo “marrom”. Todos (ou quase) os jogadores ganhavam alguma coisa, mas ninguém tinha contrato específico para tal atividade.
A decisão de sair do referido amadorismo para o profissionalismo causou (ainda causa) discussões infinitas. Havia os que diziam que não daria certo, por conta dos diversos encargos que o novo regime exigiria. Para esses, os clubes não suportariam as despesas e, fatalmente, se acabariam.
Para os defensores dessa corrente de pensamento, além da falência dos clubes haveria ainda um efeito colateral no regime do profissionalismo: os melhores jogadores migrariam para outros destinos e esse movimento contribuiria para um incessante empobrecimento técnico do futebol local.
O certo, porém, independente das razões dos que eram contra o fim do amadorismo, é que não havia saída que não fosse a do advento do regime profissional. Se o futebol acreano permanecesse amador, os times locais continuariam disputando competições apenas entre si. Algo inimaginável!
Sobre os talentosos garotos que atraem a atenção de clubes de melhor poder aquisitivo, pouco ou nada se pode fazer para evitar esse êxodo. Na vigência da economia capitalista é assim que acontece: quem tem mais dinheiro contrata a melhor mão-de-obra. Em todo o planeta a vida é assim.
O que se pode fazer, penso eu enquanto escrevo, para suprir a revoada de talentos é investir nas categorias de base e descobrir novos valores. Mais ou menos como acontece em nível de Brasil, que está sempre vendo os seus virtuoses migrarem para o exterior. Perde um bocado e forma outro tanto.
Mas então, voltando à ideia do início deste texto, 29 campeonatos acreanos já foram realizados no regime do profissionalismo. Desse total, o Rio Branco levou o troféu para casa em 15 edições. Uma supremacia tão grande que todos os outros times juntos não superam os títulos do Estrelão!
Os 14 títulos que o Rio Branco não venceu estão divididos da seguinte maneira: Juventus, 5 (1989, 1990, 1995, 1996 e 2009); Atlético Acreano, 3 (1991, 2016 e 2017); Vasco da Gama, 2 (1999 e 2001); Independência, 2 (1993 e 1998); Adesg, 1 (2006); e Plácido de Castro, 1 (2013). Esse é o fato!
Neste fim de semana, iniciam-se as escaramuças de mais um campeonato acreano de futebol profissional. Se o Rio Branco não se sagrar campeão, os outros times empatam em número de títulos. De qualquer forma, porém, o Estrelão ainda vai continuar muito tempo como o maior vencedor.