Rolaram os dados na nova edição da Copa do Brasil. Soma quase uma centena de equipes de todos os estados brasileiros os participantes da festa. Milhares de profissionais mostram o seu trabalho, neste que é considerado o mais democrático dos campeonatos promovidos em território nacional.
Os clubes das regiões mais afastadas, aquelas que somente acompanham os jogos dos times de maior apelo pela televisão, tem a sua melhor chance de mostrar serviço na Copa do Brasil. Mostrar serviço e, naturalmente, dar uma reforçada nos cofres quase sempre combalidos.
Reforçar os cofres, aliás, talvez seja a maior motivação dos pequenos clubes. É que pra fazer um único joguinho cada participante leva quinhentos paus pra casa, independente do resultado conquistado no gramado. Entrou em campo e já fatura essa “merreca”. Um dinheirinho providencial.
No caso de um desses times menores passar para a segunda fase, então, isso significa um verdadeiro bônus: mais dinheiro e, por conseguinte, mais uma oportunidade de mostrar a sua bola para o país. Os comentaristas esportivos os tratam como zebras, mas tudo bem, vida que segue.
A julgar pelos que jogam apenas uma vez, pode-se dizer que os times “mais fracos” que vão à segunda fase são zebras mesmo. Veja-se que nos primeiros 15 jogos desse ano, apenas quatro destes eliminaram os “mais fortes”: Foz do Iguaçu (PR), Santa Cruz -RN, Uniclinic-CE e Mixto-MT.
Alguns sofreram goleadas elásticas. Casos dos piauienses River e Altos. O primeiro levou um pau de 5 a 0 do Fluminense. O segundo foi massacrado pelo Santos (7 a 1). Eu vi esses dois jogos e tive a impressão, lá pelas tantas, que se tratavam de confrontos entre profissionais e juvenis.
Por outro lado, é verdade que alguns dos mais fracos engrossam o caldo e fazem duros confrontos com os adversários famosos. Foi o que se viu no jogo do Juazeirense-BA (série D) contra o Vasco-RJ (série A): 2 a 2. E no jogo do Ferroviário-CE (série C) contra o Corinthians (série A): 2 a 2.
No final das contas, paradoxalmente ao que costuma motivar as disputas esportivas, que é a divisão do mundo entre vitoriosos e derrotados, ninguém perde na Copa do Brasil. Uns saem, outros continuam, uns ganham mais, outros ganham menos, mas ninguém perde. Fórmula perfeita!
Sim, eu sei, na próxima quarta-feira vai ser a vez dos times do Acre estrearem na competição. Rodada dupla, por conveniência da CBF. Fato inédito até aqui. Na preliminar, o Galvez enfrenta o ABC-RN. E na partida de fundo, jogam Rio Branco e Bahia. Dá pra ganhar as duas. Ou não?