É preciso reaproximar a seleção do Brasil

Pelo que se ouviu depois das duas últimas partidas do ano da seleção brasileira, joga-se tudo numa vitória em casa do Brasil na Copa América ano que vem. Se não der certo, é provável que o técnico Tite caia, mesmo levando o time à final.

É de impressionar a pressão pela conquista do torneio. O Brasil não ganha a competição desde 2007. De lá para cá não alcançou nem um quarto lugar.

Porém, é uma incógnita a Copa América do ano que vem. As principais seleções do continente não vivem seus melhores momentos. Mas até lá podem mudar – como 2018 foi ano de Copa do Mundo, os times começaram novo ciclo, com os tradicionais testes de jogadores e esquema tático.

O selecionado brasileiro parece ter mudado pouco no método e no modus operandi. O discurso motivacional de Tite já não tem sido digerido assim tão facilmente. O torcedor pede objetividade mais do que palavras de efeito.

Do lado de fora do campo percebe-se o Brasil nas mãos de agentes, patrocinadores e da televisão. De agentes por que seus jogos continuam sendo em palcos curiosos, como os das últimas duas partidas, realizadas num mesmo país – a Inglaterra, no caso; quando a seleção brasileira poderia ter feito sua reestreia em casa pós-Mundial da Rússia no meio do ano.

Nas mãos de patrocinadores por que esses movimentos repetitivos em locais inexplicáveis de partidas amistosas da seleção brasileira, só podem favorecer quem paga pela realização do espetáculo – e menos o torcedor brasileiro.

Da televisão o arranjo da CBF é sempre atendê-la, para ela promover o futebol brasileiro como se fosse um produto seu e não de interesse público.

Tudo isso é a sequência do modus operandi desde a Copa do Mundo realizada em solo brasileiro, em 2014. A mudança que vinha ocorrendo nas relações do País com a seleção brasileira entrou em um processo de desgaste e distanciamento grande.

Como a Copa América ano que vem é no País, faz-se necessário essa reaproximação o quanto antes, para o torneio ganhar interesse local e torcida a favor da seleção, já que se tornou primordial o time vencer o torneio.