Francisco Dandão
Depois de muitos anos defendendo equipes acreanas, tanto no futebol de campo quanto no futsal, o professor José Edson Vieira Paiva, nascido no dia 19 de fevereiro de 1962, em Tarauacá, dedica-se atualmente à formação de novos valores para as modalidades acima referidas. Para isso ele conta com dois locais: o CT Edson e a Escola do Flamengo em Rio Branco.
Para chegar a esse patamar de ensinar futebol, ele viveu experiências em vários clubes, depois dos primeiros chutes que, segundo o personagem, foram dados em campinhos periféricos e quadras de lugares como os bairros do Aviário, Jardim Tropical, Morada do Sol e Adalberto Aragão. E a bola das peladas iniciais, recordou Edson Paiva, se chamava Dente de Leite.
O primeiro título de Edson Paiva foi conquistado nos Jogos Escolares do Acre, jogando futsal pela seleção do Colégio Acreano. Ele não conseguiu lembrar com exatidão o ano em que isso aconteceu. Disse apenas que foi em algum momento da segunda metade da década de 1970. E afirmou que foi a partir desse fato que ele se apaixonou definitivamente pelo esporte de quadra.
“O meu primeiro time no futebol de salão [modalidade que antecedeu o atual futsal] se chamava Laboratório. Eu era fixo ou ala. Nesse time jogava muita gente boa. Casos de Mariceudo, Batatinha e Chico. Era um time que disputava competições de quadra e campo. Na quadra nós jogávamos em vários lugares. No campo os jogos eram ao lado da Funbesa”, disse Edson.
Oportunidades frustradas para jogar fora do Acre
Além do Laboratório, Edson Paiva vestiu, entre outras, as seguintes camisas no futebol de salão/futsal, até parar de jogar, já no século XXI: Banacre, Terplan, Drogaria Amorim, Cerâmica, Agroboi, Piauí, Igreja Batista, Gráfica Estrela, AABB, Pingo de Ouro, Volta Redonda, Atlético e Delta. No futebol de campo, ele defendeu os clubes Rio Branco e Floresta.
Mas, fora esses dois clubes da primeira divisão do futebol acreano, Edson jogou em vários times amadores, quase sempre como volante. Casos do Brasil do Buldogue, Aviário, Estação, Delta, Fast Aviário, Coca-Cola, Cerâmica e Drogaria Amorim. “Foi um período em que estava quase sempre entre os convocados para as diversas seleções dos torneios”, falou Edson.
“Quando eu joguei pelo Floresta, que na época havia feito uma parceria com a Teleacre, fui considerado o melhor volante do primeiro turno do campeonato acreano. Isso aconteceu no início da década de 1980. Acho que foi um dos melhores times que o Floresta conseguiu formar. Mas aí tive que sair porque precisei viajar para São Paulo com o meu pai”, contou Edson.
Nessa viagem a São Paulo, surgiu a primeira oportunidade para Edson jogar fora do Acre. Ele fez um jogo pelo Marília e chegou até a marcar um gol. Na hora de assinar o contrato, seu pai não permitiu. Um tempo depois, o ex-craque fez um treino no Corumbaense-MS. Nesse ele se deu melhor do que no Marília, marcando quatro gols. Outra vez seu pai não o deixou ficar.
A vida depois de “pendurar o tênis”
O futsal virou paixão para a vida toda para Edson Paiva. E assim, ao pendurar o tênis, ele virou treinador. Seu primeiro time foi o Bem-te-vi, em 2004. Foi uma estreia auspiciosa na nova função, ganhando o título estadual. Com o sucesso inicial, o ex-craque resolveu que deveria desenvolver um projeto que mudasse a realidade do futsal acreano. E se mudou para a AABB.
“Me transferi para a AABB, onde foi possível fazer um ótimo trabalho, que culminou com grandes resultados em competições tanto regionais quanto nacionais. No período, fomos tri-campeões regionais da Liga Norte, bi-campeões regionais da Taça Brasil e chegamos a disputar a fase final da Taça Brasil de Clubes, em Cascavel, no Paraná”, afirmou Edson Paiva.
Infelizmente, depois de toda essa ascensão, o projeto foi minguando. Edson acredita que a vaidade de alguns atletas e a falta de profissionalismo de alguns dirigentes atrapalhou a sequência das ações. Essa ruptura, aliás, foi citada pelo ex-atleta como a sua maior decepção no esporte. “Nós provamos dentro de quadra que tínhamos condição de chegar bem longe”, garantiu ele.
Para concluir a entrevista, Edson escalou a sua seleção acreana de futsal de todos os tempos com Tinda; Ney, Cirênio, Casquinha e Carlinhos Bigu. Como reservas, ele escalou Jefferson; Renan, Baiche, Artêmio e Marquinhos Pontes. O melhor técnico, na opinião dele, foi Davi Abugoche. Já para o posto de melhor dirigente, ele escolheu Ary da Gráfica Estrela.