O apito final do jogo entre Atlético-AC e o Moto Clube-MA foi um dos momentos recentes mais tristes do futebol acreano. Perdeu em casa a chance de jogar a Série C, depois de uma brilhante campanha no Campeonato Brasileiro da Série D.
Mas há ensinamentos nessa derrota. O primeiro é a importância de se criar base dentro do clube, para ter chance de prosperar sem precisar fazer contratações de risco. A equipe do Galo já atuava junta desde a Copa de São Paulo de 2011.
Não há clube que resista trazendo e trocando em todo momento um jogador novo, para ver se surti efeito. Isso, na verdade, é operação de milagre, por que no futebol hoje se precisa cada vez mais de empenho tático coletivo que só o tempo jogando e treinando junto é capaz de trazer – e o comandante da brava equipe atleticana, Álvaro Miguéis, adepto à escola europeia, sabe muito bem o que isso significa.
Outra lição é de como o torcedor volta às arquibancadas quando vê a chance de uma equipe galgar novos lugares. Foi surpreendente a presença de público no Florestão na última partida do Galo. As pessoas sentem que o momento é diferente, o time empolga, a luz brilha diferente do pouco apelo dos jogos anteriores, de torneios sem brilho e nada de diferente para acontecer.
O Atlético-AC apostou na folha de pagamento baixa, mas com uma equipe eficiente. Deu resultado, mesmo com a desclassificação. Agora sabe que pode trilhar esse caminho por que ele é de custo-benefício altamente vantajoso.
Falta agora ao Atlético-AC explicar mais claramente o que aconteceu depois da eliminação, que boa parte da equipe e mais o técnico se muda para Manaus, para defender o Nacional. O que isso significa para o futebol acreano?
Isso provavelmente não foi acertado do dia para a noite. Será que os atletas não perderam o foco na partida com o Moto Clube por conta disso? Quanto o clube manauara vai pagar de fato por isso?
Podem dizer até que ninguém tem nada a ver com isso. O problema é que o torcedor havia se empolgado muito com a equipe e falou dela até o dia seguinte à derrota, com admiração e orgulho. Agora ficam todos órfãos, sem saber o que de fato ocorreu. Uma pena!