Estrangeiros que virão à Copa já conhecem a dura realidade

Argentinos caminhando pelas praias do litoral ou visitando os principais pontos turísticos já são rotina no Brasil, principalmente durante o verão. Pois eles veem em peso também assistir a Copa do Mundo e devem representar a maioria dos estrangeiros que desembarca por aqui nas próximas semanas.

O Ministério do Turismo outro dia divulgou que 300 mil gringos chegarão ao País para o Mundial – vale destacar que as estimativas de alguns anos atrás era o dobro disso: 600 mil.

Boa parte desse pessoal vem da Argentina e de países vizinhos – aliás, já tinha cantado essa bola no início do ano a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear). O restante dos turistas são brasileiros, em trânsito pelo território – calcula-se aí 1,5 milhão que assistirão os jogos e mais um tanto que vai circular pelo País para participar de festas por conta do Mundial.

Podem esperar que os gringos mais abastados, de países da Europa, Estados Unidos e Japão, irão se aboletar em resorts e hotéis de quatro e cinco estrelas pelo Brasil afora, com toda mordomia e segurança para andar para lá e para cá sem problemas. Devem ter pago muito caro por isso.

Já os hermanos, é provável vermos mais pelas ruas, vagando por aí, com dinheiro bem mais curto no bolso. Mas são muito bem-vindos. Tiveram peito de encaram a nossa realidade – que no fundo não é muito diferente da deles, salvo uma ou outra questão.

Fico mais confortável por conta desses dados. É sinal que corremos menos riscos de passar vergonha. Os milhares de brasileiros andando por aí já conhecem também de cor e salteado nossas mazelas.

A Dilma já prometeu segurança total a delegações, dirigentes e representantes de governos durante a Copa. Daqui a pouco as Forças Armadas vão as ruas fazer o que o Estado não consegue.

Os estádios tão lindos, embora ainda funcionando a meia-boca. Mas até lá dão um jeitinho de arrumar tudo. Pelo menos para resolver temporariamente o que não foi resolvido.

No entanto, a mobilidade, que seria o grande legado, esse, meu Deus, nem metade do prometido foi entregue. Tem os Jogos Olímpicos em 2016 no Rio. Existe mais uma data para tentarmos dirimir esse vexame. Resta saber quem fica com essa batata quente: Dilma, Eduardo Campos ou Aécio.

Duvido que qualquer um desses resolva a tempo essa enorme dívida com os brasileiros.

Augusto Diniz