Passei um mês no Acre, meu Estado de nascimento. Sempre vou ao Acre nessa época do ano. Viajo em missão, para ajudar os parceiros Manoel Façanha e Danto Freitas na produção de mais uma Revista do Futebol Acreano, gibi de iniciativa da Federação de Futebol, dirigida pelo Toniquim.
A cidade me pareceu mais quente do que sempre foi. Talvez esteja mesmo. Talvez o aquecimento global tenha resolvido transformar de vez a Amazônia no “inferno verde” das narrativas antigas… Talvez a Terra esteja mais perto do sol… Ou talvez eu já esteja perdendo o costume e as origens!
Independentemente do calor, porém, aproveitei para andar um bocado e, naturalmente, exercitar ao máximo a minha mania de sair clicando a torto e a direito. Bati umas fotos bem legais, outras nem tanto. Acrescentei um bocado de imagens aos meus arquivos. Qualquer dia eu posto no Facebook!
E nessas de andar e clicar, aproveitei também para degustar os sabores locais que tanta falta fazem a um exilado (ainda que voluntário, mas sempre um exilado). Pirarucu, tucupi (rabada, tacacá), quibe de macaxeira e de arroz, suco de cupuaçu, mingau de farinha de tapioca, saltenha, jabá… Hein? Hein?
Faltou apenas o churrasco e o vinho Sangue de Boi que o Façanha sempre me oferece quando eu passo pela cidade. Dessa vez, contratempos inviabilizaram o banquete… Uma hora o meu anfitrião estava gripado, outra hora o churrasqueiro andava ocupado… Enfim, ficou para a próxima vez.
No que diz respeito ao futebol nosso de cada dia, objeto maior das minhas andanças, eu vi tudo o que foi possível. Na falta de partidas dos profissionais, cuja temporada já acabou para os times acreanos, eu assisti a uma infinidade de jogos das divisões de base: sub-13, sub-15, sub-17…
E o que eu vi, me deixou bem animado. Tem um monte de menino gastando a bola nas categorias de base do futebol acreano. É verdade que existe uma turma que precisa deixar a bola de lado e focar na escola e nos livros. Mas é verdade, igualmente, que tem umas joias de encher os olhos.
Galvez, Rio Branco, Atlético Acreano e Bangu, as quatro equipes semifinalistas do campeonato sub-17, jogam um futebol de gente grande. Muitos garotos já tem condição, inclusive, de serem aproveitados nos elencos principais em 2018. Lapidados, podem sim chegar longe na carreira.
É isso. Qualquer dia eu volto ao Acre para novas fotos e novo tour gastronômico. Por enquanto vou ficando aqui, nos Estados Unidos do Ceará, descobrindo novos detalhes na minha rede e estendendo os olhos para o passado, para o futuro e para a linha do horizonte. A vida é um eterno voltar!