A prática da atividade física entre os estudantes contribui de forma positiva para a saúde. Foto/Roses Peres

Fim da obrigatoriedade da Educação Física é vista como retrocesso para professor

MANOEL FAÇANHA

O novo modelo para o ensino médio, apresentado ontem (22) pelo governo Michel Temer (PMDB), flexibiliza o currículo da etapa, acaba com a obrigatoriedade de disciplinas da educação física, mas traz preocupação entre os profissionais da área.

Na avaliação do professor de Educação Física, Arnaldo Moreira, 37, formado na Universidade de Batatais-SP, caso a medida seja aprovada será um grande retrocesso. Segundo ele, a Educação Física já comprovou sua importância na formação escolar de crianças e adolescente, seja no desenvolvimento cognitivo, social, motor, afetivo e etc. O educador físico explica ainda que a disciplina vai além da sala de aula, principalmente num mundo onde cada vez mais a qualidade de vida necessita atenção especial.

O professor finaliza afirmando que é nas aulas de Educação Física que o estudante recebe as primeiras orientações sobre a importância de uma alimentação saudável (consumo de alimentos produtos industrializados) para evitar obesidade e doenças relacionadas a uma alimentação inadequada. Moreira explica ainda que a atividade física também serve de estimulo para o crescimento intelectual do aluno. Portanto, segundo ele, a medida, além de não ser discutida com a sociedade organizada, traz somente prejuízo à saúde dos estudantes.

No Congresso

As mudanças propostas serão agora levadas ao Congresso por meio de uma MP (medida provisória), para acelerar a tramitação legislativa. O texto da MP assinada por Temer provoca a maior alteração já feita na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de 1996. As mudanças terão implementação gradual nas redes de ensino dos Estados, a quem caberá definir a transição para o novo modelo.