O fim de semana do futebol acreano foi um daqueles para ser esquecido rapidinho. Daqueles em que se deve passar uma borracha. Daqueles que não podem ser repetidos, sob pena de todos os clubes do estado que disputam os campeonatos nacionais afundarem num buraco negro.
A avalanche de maus resultados começou no sábado, quando o Galvez perdeu por 3 a 2 para o rondoniense Real Ariquemes, em plena Arena da Floresta. O time acreano ficou na frente duas vezes. Fez um a zero, sofreu o empate. Fez dois a um, sofreu o empate. Aí sofreu a virada nos acréscimos.
Eu assisti ao jogo nas proximidades do banco de reservas dos visitantes. No momento em que eles chegaram ao segundo empate (2 a 2), o resultado já se lhes configurava satisfatório. Tanto que os reservas faziam sinais para os que estavam em campo sobre o tempo de jogo que faltava.
No meu entender, ninguém do Ariquemes esperava sair com a vitória, principalmente depois de o time levar um gol antes de completado o terceiro minuto de jogo. Naquele momento, eu pensoque todos os presentes ao estádio imaginaram que o Galvez ia ganhar fácil, talvez até de goleada.
No dia seguinte quase que a história se repete com o Atlético. O Galo fez um gol no comecinho do jogo. O Ypiranga-RS parecia assustado. E, a rigor, não apresentava nada que pudesse sinalizar para o endurecimento da partida. Ledo engano. Os caras empataram e quase que chegam à vitória.
Tudo bem que a arbitragem foi uma lástima. O árbitro que veio de São Paulo deu a entender que não tem praticamente nenhum conhecimento das novas regras. Expulsou o goleiro do Galo quando deveria só adverti-lo. E a bandeirinha “marcou” um pênalti numa falta ocorrida “bem” fora da área.
Independente de tudo isso, porém, é certo que faltou ao Atlético algum poder de definição. Se o Galo jogasse 45 minutos com a mesma intensidade que começou, teria goleado fácil o time gaúcho. E aí, com a fatura liquidada, poderia ter passado o segundo tempo só de “migué”, só administrando.
Mas o pior ainda estaria por vir. E veio. O Rio Branco foi ao interior de Rondônia e perdeu para um time sem goleiro. Explico: um jogador de linha do Barcelona de Vilhena teve que ir para o gol porque os contratados da posição não estavam regularizados. E ainda assim o Estrelão perdeu!
No fritar dos ovos (desde a morte do Jânio Quadros ninguém diz mais “frigir dos ovos”, viu?), dos nove pontos disputados no final de semana pelos times acreanos, tão somente um ficou na antiga terra das seringueiras. Se continuar assim, caríssimos considerados, não vai ter fundo nesse poço.