Antes de proibirem equipes de futebol de atuar com intervalo menor do que 48 horas entre suas partidas, por questão de saúde do jogador, vários torneios com a presença de clubes brasileiros eram realizados em dois dias, sendo que os vencedores da primeira partida se enfrentavam na segunda, no dia seguinte, para decidir o troféu.
Times daqui, inclusive, costumavam ir a Europa no meio da temporada brasileira para participar de curtas competições como esta, com equipes de ponta europeia.
Esses torneios eram animados, enchiam o clube de dinheiro, alegravam os torcedores quando o time ia para a final. E era também uma forma do futebol brasileiro fazer intercâmbio com as equipes da Europa.
No entanto, o Brasil deixou de participar desses torneios, por que como os jogos passaram a não ser um dia após o outro (como citado anteriormente), fizeram com que a participação brasileira inviabilizasse.
Antes, uma equipe brasileira dispendia quatro dias entre ida e volta do local do torneio na Europa, otimizando bastante os custos de logística e favorecendo os times, já que interrompia por pouco tempo seu calendário para estar no torneio (e ainda fazia caixa).
Hoje, como isso não é mais é possível, impossibilitou para muitos clubes a participação nesse tipo de competição.
Recentemente, surgiu a Florida Cup, que é um bom contraponto a esses antigos torneios internacionais interclubes. Essa competição está na sua quarta edição em 2018. Clubes brasileiros são maioria nela, pois foi feito sob medida para atendê-los.
A Florida Cup se realiza no início de temporada do futebol brasileiro, servindo de preparativo das equipes para o calendário que começa. É realizado em um estado dos Estados Unidos onde concentra quase um quarto da população brasileira que vive naquele país, facilitando atrair torcedores aos estádios.
Porém, está longe de empolgar. Times brasileiros já ganharam duas vezes esse torneio. Esse ano não tem mais chances de levar o troféu. Para quem tem acompanhado pela televisão se constata os estádios bem vazios nos jogos.
A fórmula é esdrúxula. São oito times participantes, todas reunidas em um grupo só, e vence quem fizer mais pontos. Porém, os clubes jogam somente duas vezes no torneio cada um. Há seis dias seguidos de partidas na competição. No entanto, o último jogo da competição está agendado somente para cinco dias depois da penúltima partida.
Sinceramente, sinto falta daqueles torneios de dois jogos. Venceu o primeiro, joga a final (ou disputa o terceiro lugar). São mais simples, diretos e compreensivos. Se na Florida Cup o time participante só faz também duas partidas, para quê complicar.
Cita-se que a primeira edição do Florida Cup teve quatro equipes apenas, com os dois vencedores do primeiro jogo se enfrentando na final – depois é que começou a sofrer inchaço de clubes e fórmulas confusas.