Na temporada 2009, Roberto "Boca de Cantor" em ação atendendo o goleiro Faísca, do Náuas. Foto/Manoel Façanha.

Futebol perde o massagista Roberto “Boca de Cantor” para o covid-19

MANOEL FAÇANHA

O futebol acreano perdeu na noite desta quinta-feira (21), o massagista cearense José Roberto Rodrigues, 72 anos, o “Boca de Cantor”. Segundo o amigo Manoel Messias Uchoa, o profissional enfrentava problemas renais e estava internado há um mês no Hospital do Idoso para tratamento, mas não resistiu à gravidade clínica da doença e veio a óbito, após contrair uma pneumonia e, posteriormente, o vírus da covid-19.

Roberto chegou ao Acre na temporada de 1986, aos 38 anos. O profissional, na época, era uma indicação do saudoso técnico Coca-Cola, profissional que levou o Rio Branco ao título estadual de 1986. O massagista, que era tido como um homem generoso e bem humorado entre os amigos, trabalhou por mais de 30 anos em diversos clubes profissionais e amadores da cidade de Rio Branco.

Nos últimos anos, o Roberto ganhava a vida prestando serviço para alguns clubes e também para os peladeiros dos Amigos do Uchoa, associação que, através do ex-jogador Uchoa, prestava assistência hospitalar ao massagista.

 

Depoimentos de atletas

O ex-atacante Gil, com passagem pelo Rio Branco, lamentou o falecimento de Roberto. “Era massagista do Rio Branco, trazido pelo treinador Coca Cola, num dos anos que joguei no Estrelão. Excelente profissional e um amigo descontraído e alegre! Que Deus o tenha num bom lugar. Meus pêsames para a família”, disse Gil.

Craque das quadras, o ex-jogador Pedrinho foi outro a lamentar a perda do massagista. “Foi um grande profissional. Certa vez, assistindo um jogo do Galo, um atleta se machucou. Roberto entrou correndo ao gramado, mas a sacola plástica com os medicamentos rasgou e foi um desespero aquilo pra ele. Fiquei com aquilo na cabeça e no outro dia fui a uma loja de material esportivo e comprei uma bolsa profissional e, no mesmo dia, levei o objeto pra ele no treino do Galo. Lembro ainda que ele ficou muito feliz com o presente e disse que jamais havia recebido algo como aquele presente. Não me contive e fui às lágrimas. Ele me acalentou com aquele jeito dele e disse: quem tem que chorar aqui sou eu, Pedrinho”.

 

Rio Branco – 1987 – Em pé: Ataíde (técnico), Roberto Boca de Cantor (massagista), Paulo Roberto, Francislei, Valmir, Maurício Generoso (preparador físico), Augusto, Kleber, Felipe, Chicão e Clóvis Melo (diretor) – Fila do meio: Tita (roupeiro), Vagner, João, Sérgio, Carlos, Manoel, Gil e Raimundo – Sentados: Marquinho Amarelo, Anderson, Ivo, Itamar, Venícius, Ulisses e Henrique. Foto/Acervo Francisco Dandão.
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