Já se foi o tempo em que somente jogador de futebol é que ganhava os holofotes nas suas atividades fora de campo no período de férias. Nessas últimas semanas o surfista Gabriel Medina tem ocupado muito bem esse espaço.
O campeão mundial de 2014 participou ativamente das tradicionais peladas beneficentes de final de ano para arrecadar fundos. Uma envolveu seus “amigos” contra os de Douglas Costa, atacante do Bayern de Munique. Outra é a mais importante realizada no País: o Jogo das Estrelas, promovido por Zico, no Maracanã. Tudo transmitido pela televisão.
Entrevistas à grande mídia também aconteceram, lembrando que ele tem um programa – chamado “Mundo Medina” – no canal de esporte de ação, o Off, no qual aparece o seu dia a dia correndo o circuito mundial profissional de surf, sempre ao lado de sua mãe e o padrasto, que é também seu treinador.
O surfista costuma frequentar festas e acontecimentos – muitas delas ao lado do jogador Neymar – com globais, embora do segundo escalão, mas sempre registrados pela mídia.
Gabriel Medina ainda se prepara para abrir o seu instituto, na praia de Maresias, Litoral Norte de São Paulo, onde se criou, para treinar crianças e adolescentes no desenvolvimento do esporte que lhe deu fama. O local dará assistência às promessas do surf.
Medina terminou o circuito mundial de 2016 em terceiro lugar – o campeão foi o havaiano John John Florence. Segundo uma revista australiana, ele foi o segundo que mais faturou no ano passado no surf, perdendo justamente para o campeão da temporada. Outro brasileiro que figura na lista dos 10 que mais ganharam é o paulista Filipe Toledo, candidato forte a se juntar a Medina e Adriano “Mineirinho” (que levou o título mundial em 2015) como os primeiros brasileiros a chegar ao topo do mundo no surf.
Com 23 anos, Gabriel Medina tem muito chão pela frente. A presença do surfista nos holofotes lembra outro esportista brasileiro vencedor de destaque fora do futebol, que ganhou também visibilidade estratosférica da mídia nos seus indefectíveis balanços e programas de final de ano: o tenista Guga.
Agora resta ao Medina equilibrar essa alta exposição. Isso costuma ter um preço a médio e longo prazos, com mais cobranças e as inseparáveis críticas.