Do interior de Pernambuco, lá no mais profundo agreste, o Atlético Acreano mandou um recado aos incautos da série C do Brasileirão. O de que existe um time no extremo ocidente da Amazônia que enfrenta qualquer um de cabeça erguida e em luta constante pelo resultado positivo.
Ao vencer o Salgueiro por 3 a 1, o Galo do Acre foi ao segundo lugar na sua chave, com a mesma pontuação do líder Confiança (mesma pontuação, mas ficando atrás pelos critérios), demonstrando um vigor provavelmente inesperado para a maioria dos seus torcedores.
Na chave do Atlético, quase todo mundo dava como certo que a liderança desde o princípio da competição seria disputada pelos clubes mais tradicionais, como o paraense Remo e os pernambucanos Santa Cruz e Náutico. Essa seria a lógica, tanto pela tradição quanto pelo investimento.
Desse mesmo pensamento de quem disputaria a liderança emanava a ideia de que figurariam na zona de perigo durante toda a competição o Atlético, o Salgueiro e o potiguar Globo. Somando-se todos os indicativos, essa era a lógica. A lógica, porém, às vezes vira pó quando a bola rola.
A trajetória do Atlético até aqui é de causar admiração, inclusive nos adversários. Três vitórias em quatro jogos. E a única derrota, contra o Santa Cruz, só aconteceu num dia em que o gramado não oferecia a menor condição de jogo, pelo aguaceiro que inundou Recife naquela oportunidade.
O time, a propósito, a julgar por essa última exibição, superou bem a ausência do Polaco, o seu principal jogador, comprado por um empresário após a vitória contra o Náutico, no Florestão, dois domingos atrás. Polaco faz muita falta sim, mas o Galo azul continua com outros ótimos jogadores.
Por outro lado, levando-se em conta que uma moeda não tem apenas uma face, de forma diametralmente oposta ao sucesso do Atlético, os dois representantes do Acre na série D não andam nada bem. O Plácido levou um pau em Rondônia e o Rio Branco se ferrou dentro de casa mesmo.
O Plácido de Castro, denominado Tigre do Abunã, depois desse último insucesso, figura em último lugar no Grupo A2, com um empate e duas derrotas. Enquanto isso, o campeão estadual Estrelão ainda não conseguiu vencer nos seus domínios. Até aqui tem um empate e uma derrota.
Então, resumindo a ópera, por enquanto (é sempre prudente dizer “por enquanto”, que o futuro nunca é claro como nas cartas de tarô) quem está salvando a pátria do futebol acreano é o glorioso Galo do 2º Distrito. Que venham os próximos rounds. E que o céu continue em tons de intenso azul!