Sou ruim com números. Sempre mandei mal em matemática nos meus tempos de ginasiano e secundarista. Foi por isso que eu derivei para as ciências humanas e sociais quando entrei na faculdade e depois na pós-graduação. Consigo contar até cento e pouco, não muito mais do que isso.
Talvez por essa razão, por causa dessa aversão aos números, eu tenha perdido as contas de quantas partidas o Atlético Acreano perdeu (ou empatou, ou deixou de ganhar) em competições nacionais nos últimos tempos. Sei que foram muitas. Há mais de ano o Galo não ganha umazinha.
Na série D do ano passado, o glorioso time do segundo distrito de Rio Branco jogou 14 vezes (sete em casa e outras sete em terras inimigas). Dessas 14 partidas, o time alviceleste empatou oito e perdeu seis. Com tantos resultados adversos, ficou na lanterna do grupo A1 da citada competição.
E todo esse calvário, ressalte-se, depois de fazer uma excelente campanha na série C de 2018. Naquela oportunidade, o Atlético, com um elenco basicamente caseiro, sob o comando do técnico Álvaro Miguéis, fez frente e atropelou várias equipes tradicionais do país. Jogava e convencia!
Se fosse um boxeador, eu diria que depois de levar tanta porrada, o Galo estaria cambaleante no espaço do ringue. Ainda não levou o nocaute, mas estaria tonto, encostado de encontro às cordas. Como ainda não beijou a lona, porém, creio que ainda tem sim alguma chance de levantar a cabeça.
Embora o time já tenha levado outras três pancadas na série D deste ano (São Raimundo-RR, Ypiranga-AP e Galvez-AC), ainda há tempo para ensaiar uma recuperação. O jogo deste domingo, na Arena da Floresta, contra o amazonense Fast surge como uma boa oportunidade para essa recuperação.
O Fast não parece ser esse bicho papão todo não. É certo que ainda não perdeu, mas ostenta modestos cinco pontos em três partidas realizadas, fruto de dois empates (3 a 3 com o Ypiranga-AP; e 1 a 1 com o São Raimundo-RR) e uma vitória (3 a 2 no Penarol-AM), em jogo tumultuado.
Pelo meu palpite, o Atlético vai começar a virar a página das derrotas neste domingo, contra o Fast. É só um palpite. Não está baseado em coisa alguma real, palpável ou visível. Melhor dizendo: é um palpite baseado na ideia de que os atleticanos começam a mobilizar algumas forças ocultas.
Quem me disse que os atleticanos estão mobilizando as forças ocultas para acabar a maré de azar foi o Joraí Salim. Segundo ele, a turma do Galo tem acendido velas no túmulo do velho Jaú, misto de macumbeiro e massagista do Galo na década de 1970. É esperar pra ver se vai dar certo.