Paulo Henrique Ganso, meio campo de futebol refinado, de passes precisos e elevada clarividência, é o novo maestro do glorioso Fluminense. Ele chegou depois de alguns anos no futebol europeu (Espanha e França), continente onde jamais conseguiu o mesmo brilho obtido no Brasil.
No dia 1º de outubro de 2016, eu pude vê-lo em ação, no estádio Ramon Sanchez-Pizjuan, em Sevilha, vestindo a camisa do time do mesmo nome, na vitória por 2 a 1 contra o Alavés, pelo campeonato espanhol. E naquele dia ele gastou a bola, usando e abusando de passes de calcanhar.
No mais das vezes, porém, o fato é que o Ganso não foi bem na sua aventura pelos gramados do Velho Mundo. Tanto que jamais se firmou como titular. Nem mesmo quando passou uma breve temporada no obscuro time francês Amiens, Ganso conseguiu se firmar como titular. Nem no Amiens!
O Amien ressalte-se, é um desses times que entra nos campeonatos sempre como candidato ao rebaixamento. No mais das vezes, passa o tempo todo frequentando a parte inferior da tabela de classificação. Uma verdadeira draga. Deveria ser um time para o PH Ganso reinar absoluto.
É difícil compreender os motivos pelos quais esse jogador brasileiro não emplacou na Europa. Afinal de contas, quando começou no Santos, ao lado do Neymar, tudo indicava que ele se tornaria um dos grandes craques do futebol mundial. Nitidamente, ele jogava muito mais do que a maioria.
Aliás, não somente no Santos. O Ganso também jogou em alto nível no São Paulo. Provavelmente nem tanto quanto no time da Vila Belmiro, mas sendo também protagonista, atraindo a bola para si, dando passes milimétricos, deixando os atacantes na cara do gol e conquistando títulos.
Eu mesmo cheguei a dizer muitas vezes que gostava mais dele do que do parceiro Neymar. E que se tivesse de escolher no par-ou-ímpar da pelada, chamaria ele e não o outro para o meu time. No meu entendimento da época, o sucesso do Neymar se devia, em boaparte, à bola do PH Ganso.
O tempo passou e tudo o que eu pensei se revelou um tremendo equívoco. Enquanto o Neymar, apesar do “quinto metatarso”, galgou os mais altos degraus do sucesso, a ponto de se tornar um dos jogadores mais caros do planeta, o Ganso veio descendo a ladeira até ao quintal das Laranjeiras.
Enfim, o certo é que o Ganso agora é nosso. Tomara ele ressurja para o mundo da bola como o craque que um dia saiu de Belém do Pará para as areias da Baixada Santista. Tenho a esperança de que ele será o par perfeito para o centroavante Pedro (quando voltar da contusão). O arco e a flecha!