MANOEL FAÇANHA
O título mais importante da história futebolística do Rio Branco Futebol Clube completou nesta segunda-feira (4) 23 anos. Trata-se da conquista invicta da primeira edição da Copa Norte, façanha desenhada pelo Estrelão, num feito histórico assistido por mais de 40 mil torcedores azulinos do Clube do Remo, que se encontravam sentados nas arquibancadas molhadas do estádio Leônidas de Castro, o Mangueirão, em Belém-PA.
Se os céus paraenses já lagrimavam antes e durante a final, já prevendo uma grande catástrofe para o futebol local, o torcedor azulino, ainda esperançoso, assistiu as comemorações dos jogadores do alvirrubro, onde a cada gol, ironicamente, os atletas sentavam ao chão e imitavam remadores numa canoa imaginária no meio gramado.
Entres os personagens dessa façanha podemos citar alguns nomes importantes daquela histórica conquista.
A lista começa pelo eterno presidente alvirrubro Sebastião de Melo Alencar, um paraense de coração remista que, ao fixar residência no Acre no início dos anos de 1970, apaixonou-se pelo Rio Branco. A lista de personagens prossegue e chega aos jogadores Venícius e Palmiro. Cada um desses atletas marcou um gol no triunfo estrelado sobre o Remo na vitória por 2 a 1. Nossa lista é fechada com o técnico Marcelo Altino, 76 anos (atualmente). Um carioca boa praça que, ao levar o Rio Branco à hegemonia do futebol do norte, não somente massageou o ego do povo acreano, mas também chegou a associar sua imagem a dois grandes vultos da historiografia local: Luiz Galvez e Plácido de Castro, dois lideres revolucionários que ajudaram processo de anexação do território acreano ao Brasil, após sangrenta batalhas contra os bolivianos ocorridas no final do século XIX e início do século XX.