O mundo, ou boa parte dele, ainda comemorava o final da Guerra do Vietnã, quando em meados dos anos de 1975, nascia, na capital acreana, a Federação de Desportos Universitários Acreanos (FDUA), hoje presidida pelo professor Sandro Victor Alves Melo.
O personagem chave para a criação da entidade acreana era o pernambucano Eduardo José Cavalcante Monteiro de Paula, então presidente da Federação Amazonense de Desportos Universitários (FADU). A dedicação e o trabalho realizado com afinco para a fundação da FDUA rendeu ao pernambucano o título de “estudante acreano honorário”, honraria essa concedida, à época, pelo então reitor da instituição de ensino, professor Áulio Gélio.
Passados 45 anos do episódio de criação da entidade, o hoje jornalista esportivo Eduardo Monteiro de Paula, o Dudu, 70 anos, lembra com detalhes daquele momento histórico na sua vida de estudante. O carinho é tanto pela contribuição dada à entidade acreana naquela época que o jornalista carrega consigo ainda os recortes de jornais alusivos à fundação da FDUA.
Feliz pela lembrança, Dudu explica que nos anos 1970 o esporte e a estrutura do desporto brasileiro passavam por profundas mudanças e no esporte universitário não era diferente. A época, ele lembra que presidia a FAUD e no mesmo período foi eleito a vice-presidente norte da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU) e uma das missões era criar as federações universitárias do Norte do Brasil, entre elas a acreana. Dudu recorda que veio ao Acre com essa missão e, segundo ele, teria cumprido com grande satisfação, lembrando que o fato teria deixado o seu pai, natural de Cruzeiro do Sul-AC, extremamente feliz e orgulhoso da ação desenvolvida pelo filho.
Dudu lembra ainda da contribuição do hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE/AC) José Augusto Araújo de Faria para a criação da FDUA. “Foi graças a ele que a história foi escrita”, resume Dudu a importância de Faria para a criação da entidade esportiva.
José Augusto foi o primeiro presidente
O primeiro presidente eleito para conduzir os destinos políticos da FDUA foi o então estudante do curso de Direito José Augusto Araújo Faria, então com 26 anos. O mandato seria para dois anos (1975/1976) e, no discurso de posse, José Augusto, que à época era um dos melhores goleiros do futebol acreano, afirmou que a entidade visava atingir os melhores objetivos durante o biênio, no somatório de esforços em conjunto.
O restante da diretoria foi composta pelos seguintes nomes: Aluísio Rocha (vice-presidente), Heleno Ferreira (secretário geral), João Luís Rodrigues (primeiro secretário), Antônio Martins (segundo secretário), Roberto Ferreira (tesoureiro geral), Antônio Joaquim (primeiro tesoureiro), Antônio Asfuri (segundo tesoureiro). Conselho fiscal: Pedro Paulo Castelo Branco, Francisco Neves e Damásio Paula (membros efetivos): Antônio José Benevides, Cláudio Vieira e José Gonçalves (membros suplentes). Membros do Tribunal de Justiça Desportiva: Nilo Figueiredo, Jersey Pacheco, Aluízio da Luz, Elzo Rodrigues e Oswaldo Marães Câmara (efetivos); Sebastião de Melo Alencar, Francisco Fernandes, Alberto Augusto, Pedro Alexandrino Neto e Francisca Pontes (suplentes).
Dudu e sua relação de amizade com o AC
A relação de Eduardo Monteiro de Paula com o Acre não está somente pelo fato de o seu pai ser natural da cidade de Cruzeiro do Sul (AC) e também de sua contribuição a criação da Federação de Desportos Universitários Acreanos (FDUA), mas também na afinidade com os cronistas esportivos acreanos. Dudu lembra que nos anos de 1980, quando ainda cursava jornalismo, mas já ativo na imprensa esportiva amazonense (transmissões de rádio), foi incentivado pelo cronista esportivo Valdir Correia, acreano de Sena Madureira e pupilo de Campos Pereira, a preencher sua ficha de filiação na Associação dos Cronistas Esportivos do Amazonas (Aclea). Segundo Dudu, a iniciativa foi um passo para virar presidente da entidade amazonense e conquistar espaço na mídia nacional e, por razões óbvias, segundo ele, criou-se ainda mais afeições de apreço e amizade com as instituições vizinhas. “Tenho bons amigos no Acre e citou dois: Manoel Façanha e Francisco Dandão, cronistas esportivos de respeito”.