POR MANOEL FAÇANHA
Há exatos 15 anos, o Andirá retornava ao futebol profissional de forma inovadora e explorando o marketing, tornando-se o primeiro clube brasileiro a investir em merchandising social. A façanha da ideia partiu do publicitário e novo presidente do clube, Gilberto Braga de Mello, onde o tem escolhido para ser estampado na camisa do clube está relacionado ao incentivo a doação de sangue (Doe Sangue).
A nova diretoria e o plano de trabalho para os próximos foram apresentados na manhã de ontem no Paços Restaurante, onde um café da manhã foi servido aos jogadores e imprensa. Um folder explicativo foi entregue aos presentes, onde o objetivo era mostrar um pouco da história do clube e o novo dinamismo de se fazer futebol.
O despertar pelo Morcego
Com uma proposta de fazer um Andirá EC grande, Gilberto Braga chega ao Morcego pela porta da frente e, como marqueteiro, já deu o recado para os demais clubes coirmãos. “Se vacilarem, o Morcego vai brigar pelo título Estadual”. Braga revelou que o trabalho exemplar desenvolvido por Marquinhos Gomes, Afonso Alves, Cláudia Malheiro e tantos outros abnegados andiraenses vieram a despertar o desejo pessoal de ajudar o clube, tanto que aceitou o convite para presidi-lo pelos próximos três anos.
Porque Verde
Nesta volta ao futebol profissional, o Morcego resolveu adotar, além da cor preta, o verde. Segundo a diretoria, o Andirá tem origem num seringal e nada melhor que adotar o verde da Floresta. Em relação à permanência da cor preta na bandeira e uniforme, o presidente empossado diz que o preto simboliza o Ouro Negro, como era chamada a Borracha, riquezas vindas do Seringal, ficando impossível descarta-lo.
Origem da palavra Andirá
A origem da palavra Andirá vem da língua indígena que significa morcego. Inspirado na linguagem dos nativos, a família Dantas fundou o clube dia 1 de novembro de 1964. Dez anos depois, o Morcego fez história ao ser a primeira equipe acreana a ser inserida num teste de Loteria Esportiva. O jogo foi diante do Paysandu de Belém do Pará, com derrota do time acreano por 4 a 0.
Presença feminina
Outra proeza do Andirá EC diz respeito ao fato de ser o primeiro clube do país a apostar no talento de uma mulher para comandar o time de profissionais à beira do gramado. O fato aconteceu durante a temporada de 2000, onde o Morcego conquistou o vice-campeonato do returno do estadual, após uma goleada sensacional em cima da Adesg por 5 a 0.
Seis anos depois, Cláudia Malheiro volta ao comando técnico da equipe sonhando com o inédito título de profissionais.
Texto originalmente publicado no Jornal O Rio Branco, dia 17 de março de 2006