MANOEL FAÇANHA
Há três décadas, o Rio Branco conquistava uma vitória histórica pela disputa da Copa do Brasil de 1993. O duelo, ocorrido no dia 20 de abril, no lendário Stadium José de Melo, diante do “expressinho” do São Paulo, equipe cheia de garotos talentosos do então campeão Mundial. O atacante Venicius fez o gol solitário e fez “explodir” o coração de 5.004 pagantes (Cr$ 5.400.000,00), aos 33 minutos da etapa complementar.
Na partida da volta, ocorrida dia 27 de abril, no estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi), o Rio Branco acabou eliminado ao perder por 3 a 1. Claudio (2x) e Carlos Alberto marcaram os gols do São Paulo, enquanto Palmiro descontou para o Rio Branco, em jogo assistido por apenas 850 pagantes.
Na fase seguinte da competição, o São Paulo foi eliminado pelo Cruzeiro-MG, após derrota em casa por 2 a 1 e empate, fora de casa, por 2 a 2. A Raposa naquele mesmo ano venceria o torneio ao superar o Grêmio na soma dos pontos: 0 x 0 e 2 a 1. Por outro lado, o São Paulo naquele mesmo ano conquistaria o bicampeonato Mundial de Clubes, após superar na decisão, ocorrida na cidade de Tóquio-JAP, no dia 12 de dezembro, a equipe italiana do Milan por 3 a 2.
São Paulo apostou no “Expressinho” e se deu mal
O Tricolor paulista chegou ao Acre com uma equipe cheia de garotos, o chamado “Expressinho”. O ex-volante Márcio Araújo, auxiliar técnico de Telê Santana, foi quem comandou o time paulista no Acre. Os jogadores Gilberto, Marcos Adriano, Pavão e Suélio eram os mais badalados da equipe, além de Elivelton, esse relacionado para o jogo do dia seguinte pela Taça Libertadores, assim não seguindo com a delegação para a partida no Acre.
Com a confirmação do “Expressinho” para jogar no Acre, a imprensa local buscou explorar as informações a respeito da qualidade dos jogadores do time do Morumbi. Na chegada ao Acre, o técnico Márcio Araújo foi questionado sobre o assunto, assim como o então diretor tricolor Sergio Bragança. Os dois fizeram um discurso alinhado e garantiram que o São Paulo era um time competitivo e muitos desses jogadores estavam no processo de transição para o time principal.
Kléber fechou o gol e Vinicius garantiu a vitória
Vindo de suada vitória sobre o Sergipe-SE por 4 a 3, o São Paulo começou a partida atacando mais do que o Estrelão, mas não contavam com uma noite pra lá de inspirada do goleiro Kléber – escalado após o não comparecimento do titular Klowsbey na concentração do clube. O Rio Branco respondeu numa bola parada, mas o goleiro Gilberto fez grande defesa.
Ao comando do técnico Otacy Viana, o Rio Branco voltou mais agressivo para a segunda etapa de jogo, mas o placar quase foi aberto pelo time visitante, mas a bola ficou no travessão estrelado. Numa jogada de bola parada, o goleiro Gilberto impediu o gol certo do meia estrelado Paulo Henrique Andrade.
Com os dois times ativos no ataque, o gol solitário, enfim, apareceu a favor da equipe da casa. O atacante Venicius fez jogada de raça e marcou um belo gol, aos 33 minutos de jogo. Festa nas arquibancadas do Stadium José de Melo.
Veja o que o jornalista Zé Leite escreveu sobre o duelo histórico
O saudoso jornalista José Chalub Leite, torcedor apaixonado do Rio Branco e editor da Revista do Estrelão, peça lançada em 1995, fez os seguintes comentários a respeito dos jogos (ida e volta) da Copa do Brasil entre as equipes do Rio Branco e do São Paulo:
“Embora patente a maior categoria técnica do tricolor do Morumbi, o RBFC não se intimidou: cadenciou o jogo, viu o árbitro Eliel Costa Azevedo deixar de marcar dois pênaltis escandalosos em seu favor e nem assim perdeu o ritmo, até ser premiado com um golaço de Venicius, no segundo tempo”.
“O árbitro mineiro Custódio José Pereira, com cinco minutos de jogo desestruturou o Estrelão, com um pênalti inventado e irônica gracinha para os atletas acreanos. ‘Querem o quê? Timinho não ganha de Timão!”.
RIO BRANCO 1 X 0 SÃO PAULO
20/04/1993
Local: Stadium José de Melo
Árbitro: Eliel Costa Azevedo (AM)
Assistentes: José Lima (AM) e Vanderlei Coelho (AC)
Público: 5.004 pagantes
Renda: Cr$ 5.400.000,00
Gol: Venicius (33min do 2º)
Cartões amarelos: Marcos Adriano e Anaílton (SP); Merica (RBFC)
Rio Branco-AC: Kléber, Evandro, Carlos, Chicão e Mano; Merica, Paulo Henrique, Mundoca (Marcos Piauí) Venicius, Palmiro (Pitiú) e Siqueira. Técnico: Otacy Viana
São Paulo: Gilberto, Pavão, Nelson, Sérgio Baresi e Marcos Adriano; Suélio, Carlos Alberto, Pereira, Vaguinho, Cláudio Moura e Anílton. Técnico: Márcio Araújo