Alvíssaras! O Independência vai voltar aos gramados acreanos. O tradicionalíssimo Tricolor do Marinho Monte resolveu formar um time para disputar a segunda divisão profissional do Acre neste ano de 2018. Sua estreia está marcada para o dia 6 de agosto, contra o cruzeirense Náuas.
De acordo com os registros, o Independência, fundado na década de 1940, veio ao mundo para abrigar jogadores que não tinham vaga ou que foram expulsos de outros clubes de Rio Branco. E os primeiros treinos foram realizados num pasto cheio de espinhos, tocos e muita bosta de boi.
Alinhando nomes conhecidos na época, como José Pedrinho, Calila Alab, Cotia, Baiano, Américo Vilela, Chico Tina, Popó, Gaguinho, Manoca, Ribamar, Raimundo Cleómanes e Curitiba Montenegro, seu primeiro jogador famoso foi um zagueiro magro e alto chamado Barrinho.
Carniceiro como só ele sabia ser, Barrinho havia sido mandado embora do Rio Branco por descer a madeira nos companheiros durante os treinos. Não havia advertência que desse jeito. Também não interessava que o atacante fosse um amigo de longas datas. Tudo para o Barrinho era canela.
Talvez por essa origem humilde, o Independência virou um time de massa. E durante as décadas de 1960 a 1990 protagonizou grandes embates contra o Juventus, o Rio Branco e o Atlético Acreano. Clássicos memoráveis que faziam tremer as arquibancadas do velho estádio José de Melo.
Provavelmente, na década de 1970, sob a direção de figuras proeminentes da política do Acre, o Tricolor de Aço tenha formado os seus melhores esquadrões. Tanto que foi campeão estadual em 1970, 1972 e 1974. Época em que a galera comemorava os gols agitando galhos de mangueiras.
Jogadores lendários do futebol regional vestiram o manto sagrado tricolor. Casos de Bico-Bico, Aldemir Lopes, Jangito, Zé Augusto, Palheta, Chico Alab, Emilson, Dadão, Mariceudo, Escapulário, Paulinho, Valdir Silva… E até o gênio Garrincha fez uma partida pelo clube, em 1973!
O Independência foi o último campeão estadual no período do amadorismo. Isso em 1988. Com a chegada do profissionalismo, sobreveio um período de dificuldades para o Tricolor, que só se sagrou campeão em duas oportunidades, 1993 e 1998. E vieram as reiteradas saídas de cena.
Agora, depois de uma ausência de dois anos, o Independência prepara o seu retorno às disputas. Pelas notícias que saem na mídia, o time vem forte, recheado de figurinhas carimbadas do futebol local, sob o comando técnico do grande Illimani Suares. Tomara essa volta do Tricolor seja definitiva!